Todo o pessoal que aparece nas imagens trajando farda nessa cor são chamados de ‘roxinhos’, apontados como integrantes da segurança privada da Prefeitura de Belém, também chamada de “Milícia cabana”, comandada por Stefani Henrique/Fotos: Divulgação-Sintepp-Belém.
Prefeitura de Belém contrata seguranças e “Milícia cabana” tenta intimidar servidores e entidades em ato de protesto exigindo reajuste salarial, melhores condições de trabalho e valorização profissional.
“A administração municipal vende a ideia que tudo está bem, que a cidade está maravilhosa. Essa é a realidade de quem vive em um mundo paralelo, em outra dimensão. Nós, servidores públicos, que vivemos no mundo real, infelizmente não temos nada a comemorar no aniversário de nossa cidade” (professora Silvia Letícia, Sinttep-Belém).
Ontem, manifestação de servidores públicos na área do Ver-o-Peso virou barraco, como convém a aniversário de pobre, com todo o respeito. A segurança da gestão municipal, que tem fama de não gostar de mulher, havendo casos de agressões, inclusive, exibiu um batalhão de mulheres apelidadas de ‘roxinhas’, por cota do fardamento, que literalmente chegou, chegando para abafar as manifestações. As imagens, com direito a vídeo, falar por si, mas são deploráveis.
Bomba explode cartão postal
O caos que envolve a saúde pública na capital paraense – Unidades de Pronto Atendimento praticamente desativadas e prontos-socorros do Guamá e da 14 de Março em situação igual – explodiu hoje, dia em que Belém, com todas as honras, comemora 407 anos de fundação. A maioria das obras inauguradas, noves fora a entrega de um equipamento para batedor de açaí aqui, outra coisinha acolá, são bancadas pelo Estado. O prefeito corta a fita, sem direito aos velhos aplausos e a salamaleques.
Falta de um tudo na saúde: medicamentos, esparadrapo e condições para atender a população. Essa também é a situação da assistência social, que trabalha com crianças, adolescentes e com a população em situação de rua. Noos abrigos faltam água, absorventes femininos e fraldas descartáveis.
No saneamento, basta andar pela cidade, com lixo por todos os lados. Na educação, a situação é desesperadora: escolas em péssimas condições, merenda escolar insuficiente e mato. Esgotos em volta das unidades de educação impedem o livre acesso das crianças, pais e responsáveis. A maioria dos servidores municipais, pessoal de apoio e serviços gerais ganhando abaixo do salário mínimo. Esse é o mundo real em que vivem os servidores e a população, completamente diferente do mundo, da dimensão de sonhos e muita propaganda que tenta passar o prefeito Edmilson.
Se arrependimento matasse
“Ajudamos a eleger o prefeito e temos o direito de cobrar promessas de campanha sem ser hostilizados. Uma vergonha tudo o que está acontecendo”, diz uma desalentada professora Silvia Letícia, coordenadora-geral do Sintepp-Belém e suplente de vereadora.