Concurso questionado pelo Ministério Público por supostas irregularidades tem o diretor Jurídico do Tribunal, Raphael Maués, concorrente a três cargos e com parentesco com a conselheira Mara Barbalho, como o principal destaque/Fotos: Divulgação.

Tido e havido como ex-genro da ex-presidente Mara Barbalho – há controvérsias -, Raphael Maués se inscreveu a três cargos no concurso público do Tribunal: no geralzão figura como 12ª colocado; na disputa pela vaga de conselheiro-substituto, a mais importante, à qual se inscreveu como ‘pardo’, estaria na ‘pole position’.

No Tribunal de Contas dos Municípios do Pará, “eminência parda” desagrada muita gente, mas nada parece mais grave do que a maneira como o notório trata o Erário. Chama-se Raphael Maués Oliveira, o diretor Jurídico do Tribunal durante o mandato da presidente Mara Lúcia Barbalho, que se encerrou em janeiro deste ano. 

Desde sempre servidor comissionado da instituição, Raphael Maués Oliveira é – é ou não é? – ou foi casado com Nayara Barbalho Cruz, filha da ex-presidente. Para dezenas de servidores da corte, porém, ainda que tenha se separado na esfera civil, Raphael segue sendo marido de fato, e, portanto, genro da conselheira. 

Rasteira na Súmula 13

A manobra ou ardil – o suposto desenlace -, segundo avalia fonte da coluna, teria servido apenas ao infame propósito de tripudiar a Súmula 13 do Supremo Tribunal Federal, aquela que trata do nepotismo, para continuar dando as cartas e sendo a palavra ou assinatura finais em pareceres e demais peças jurídicas do Tribunal, criado para exercer o controle externo, ou seja, orientar, corrigir e punir os responsáveis pelos recursos públicos municipais. 

Ex-genro é parente?

Nomeado, prestigiado e “empoderado” pela sogra – parentesco que não se extingue com a separação em âmbito civil -, o Richelieu do Umarizal, bairro onde se diz que vive com a família, legou à sua protetora a acusação de ser uma “rainha da Inglaterra”.  Ocorre que, senhor de si, Raphael Maués Oliveira anda ou andou desagradando a gregos e troianos desde que foi nomeado para o cargo de diretor Jurídico, posto onde se revelou capaz de chancelar um concurso para lá de controvertido, no qual a sumidade se inscreveu em três cargos. 

Arte de mudar de cor

No mais importante deles, para o cargo de conselheiro-substituto, o genro – ou ex – de Mara Barbalho se inscreveu como pardo. E, dizem as más e boas línguas de lá, se, no cômputo geral da habilitação dos candidatos até a fase atual, ele está na 12ª posição, como novo pardo do pedaço, este que seria mais um ardil, está sendo um sucesso, pois, para esta vaga, a maior em disputa, ele estaria na 1ª colocação. 

Ainda segundo concorrentes e servidores, Raphael Maués Oliveira seria o pardo mais amarelo já visto pelas bandas da Sacramenta, Telégrafo e arredores. E tem mais: outras pessoas em cargos estratégicos na contratação da empresa organizadora do certame também estariam em maus lençóis, e ótimas colocações no concurso. 

Entre obras e reformas

A astúcia do genro da então presidente se estendeu por pareceres favoráveis em obras e reformas milionárias e tão polêmicas quanto. Por ora, espera-se pelas consequências dos seus atos a partir do andamento da manifestação do Ministério Público estadual sobre o concurso, empresa contratada, entre outras questões. 

Enquanto isso, o notório permanece se valendo da crença na impunidade para perpetuar-se no cargo vitalício que, uma vez atingido, representaria um lugar no pódio conferido para si, porém, ainda sim, o genro ou ex de Mara Barbalho não alcançaria a primeira posição em seus sonhos patrimonialistas. 

Píncaros da glória

O cume da montanha para si seria, segundo aqueles que gozam da sua convivência, a escolha em lista tríplice pelos governos que se avizinham para ocupar a vaga de conselheiro titular. Sim, a cereja do bolo – que ele insiste em não fatiar – seria esta para o “ex” Denorex, “aquele que parece, mas não é”, mas desta feita ao quadrado, pois também se trata do pardo que nunca foi. 

Na corrida de obstáculos em que se inscreveu, Raphael Maués Oliveira, o projeto de cardeal Richelieu, dizem, esgotou o estoque de bronzeadores das redondezas para este verão.  Mas parece que óleo de peroba está sobrando nas prateleiras das melhores casas do ramo nos simpáticos bairros que circundam a corte de contas.