Grandes redes de supermercados na Grande Belém têm sido alvo de denúncias de venda de pescado “em condições duvidosas” e até venda de “restos de peixe”, mas as queixas se avolumaram a ponto de chamar a atenção do MP. A ideia é atingir outras fontes, inclusive as feiras/Fotos: Divulgação-Redes Sociais-Whatsapp.

Como a maciça maioria do pescado consumido na Região Metropolitana de Belém não passa por nenhum controle sanitário, conforme determina a portaria nº1 da Adepará, a ação da Promotoria do Consumidor do Ministério Público visando combater a venda de pescado sem os padrões mínimos de qualidade não vai parar na rede Nazaré. A ideia é de que a fiscalização se estenda a todas as demais redes de supermercados que comercializam o produto na Grande Belém, atingindo inclusive as feiras, a partir do Ver-o-Peso.

Quebradeira geral no setor

Vale lembrar que a falta de matéria prima para processar – por falta de fiscalização, o pescado continua saindo do Estado ou sendo levado direto para as feiras do jeito que sai da água – causou o desmantelamento da indústria paraense. Nada menos do que oito plantas fecharam as portas nos últimos anos, cancelando cerca de 2,5 mil empregos diretos. Em tempo, o MP passa a exigir o necessário controle sanitário sobre milhares de toneladas que são desembarcadas diariamente, sobretudo em Belém, Bragança e Vigia.

Controle deverá ser ampliado

O MP ajuizou ação civil pública contra os Supermercados Nazaré  por conta da comercialização irregular de pescado nas unidades da empresa. O pedido de tutela de urgência foi ajuizado na última terça e

Prevê cobrar o cumprimento das boas práticas higiênico-sanitárias envolvendo o pescado. Denúncias feitas aos órgãos de Vigilância Sanitária convenceram a Justiça Estadual a acatar o pedido liminar do MP que, embalado, promete aprofundar as investigações.

Empresários reagem
a  “não aumentar preços”

Empresários supermercadistas de Belém não reagiram lá muito bem à recomendação do governo federal para não aumentem os preços de seus produtos nos próximos meses a fim de evitar inflação maior e desgaste político. Dizem os empresários que o presidente Bolsonaro se esqueceu de “combinar com russos e ucranianos”, cuja guerra de mais de dois meses empurrou para cima os preços dos alimentos, combustíveis, gás e fertilizantes.

Acostumada a pagar o mesmo valor por mercadorias em supermercados desde a introdução do real, com pequenas diferenças, a  população está em transe com aumentos que batem até 50% em menos de um ano. Claro que a pandemia contribuiu com a alta de preços, mas a fome do capital acabou detonando um processo difícil de ser controlado em Belém, no Pará no Brasil e no mundo.