O governador Helder Barbalho visitou as obras do BRT Metropolitano no início desta semana e anunciou mais um adiamento, para março que vem. O projeto, que está na segunda construtora, depois da saída da Odebrecht, de R$ 384,6 milhões, já está custando quase R$ 100 milhões além da conta inicial/Foto: Agência Pará.

O primeiro movimento midiático do governador Helder Barbalho foi registrado em selfies e entrevistas, marcando o que seria seu grande estilo, 15 dias depois de assumir o governo, no palco que, não fossem as intercorrências, já poderia chamar de seu: os 10,8 quilômetros da BR-316, trecho Entroncamento-Marituba, onde as obras do BRT Metropolitano se arrastam irritantes e lentamente desde que foram iniciadas. Com mais de R$ 384,6 milhões em caixa, deixados pelo seu antecessor, o governador Simão Jatene, Helder só teria que apertar o gatilho, mas não foi exatamente o que aconteceu.

Com três adiamentos, a partir do início, as obras, previstas para setembro de 2020, consumiram o prazo de 19 meses, a placa que as anunciavam e até a empresa contratada – a Construtora Odebrecht -, obrigando o governo a recorrer à segunda colocada no certame. Antes, porém, dentro do prazo de 19 meses, ainda com a Odebrecht, as obras patinaram tanto em dez meses que acabaram sofrendo o primeiro adiamento, para agosto de 2021, depois para o final do ano passado, o que também não aconteceu e, por fim, para março de 2023 – mas ainda falta ao governo combinar com as intercorrências, incluindo as chuvas. Resumo da ópera: nesse tempo todo, o custo do projeto, de R$ 384, 6 milhões, virou R$ 480 milhões, segundo informa a placa afixada na retomadas das obras.  

Grande projeto, grandes esforços

O que pouca gente sabe é que o projeto do BRT Metropolitano é bem mais do que a via expressa de 10,8 quilômetros de Belém a Marituba, que precisa ser construída em pavimento rígido no espaço do canteiro central e do conjunto de 13  Estações de Passageiros. Também será necessário construir três faixas de rolamento e pavimento flexível nos dois sentidos da rodovia, o que, convenhamos, não é pouca coisa.  Além disso, o projeto prevê duas ciclovias arborizadas, uma de cada lado, duas calçadas de 2,5 metros de largura para pedestres, rampas de acessibilidade e iluminação Led.

A um passo do paraíso; ou quase

E mais: 13 novas passarelas para facilitar a travessia a partir do canteiro central; quatro túneis de acesso subterrâneo de acesso aos terminais de Marituba e Ananindeua e o viaduto de Ananindeua – tudo isso, ou quase, em pleno inverno amazônico.

Depois disso, é só apertar o gatilho.