O governador Helder Barbalho teria sido o destinatário da suposta cobrança publicada em conta no Facebook com base em uma citação bíblica, conforme avaliam internautas que a visualizaram antes de ser misteriosamente excluída/Fotos: Divulgação-Redes Sociais-Facebook.

Outro dia, um ex-todo poderoso dos arraiais barbalhistas – talvez o mais poderoso fora do eixo familiar em muitos anos -, fez uma publicação no Facebook e apagou horas depois. Na verdade, foram duas as publicações: a primeira delas era uma passagem da Bíblia – Gênesis 28:15; a segunda, bem mundana, com fotos, entre elas com o governador Helder Barbalho, a ex-deputada Simone Morgado e o atual conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Fernando Ribeiro. 

Palavra de Deus

 “Estou com você e cuidarei de você, aonde quer que vá; e eu o trarei de volta a esta terra. Não o deixarei enquanto não fizer o que lhe prometi” – Gênesis 28:15. 

A postagem, em se tratando de quem a publicou, parecia um recado cobrando o que lhe fora prometido. “(…) Não o deixarei enquanto não fizer o que lhe prometi”. Mais claro impossível. 

Palavra do homem

O que se diz, e até as paredes do Palácio do Governo e dos gabinetes dos deputados da Assembleia Legislativa estão cansadas de saber, desde a aposentaria compulsória do conselheiro Nelson Chaves, em 2021, é que a vaga que cabe ao Parlamento no TCE seria ou será preenchida, após articulação do governador, pela mulher do titular da rede social que publicou a passagem do livro do Gênesis e a apagou.

Pote de mágoas? 

Com nome de batismo cuja etimologia remete aos cavaleiros da Távola Redonda, da corte do rei Arthur e à busca pelo Santo Graal e aos Templários, o ex-todo poderoso vive hoje entre a consumação da promessa ou o abandono puro e simples a qualquer projeto familiar na vida pública, seja por meio de mandato político ou de cargo vitalício. 

Promessa e ameaça

Pelo que se observa, com a aparente recuperação até o momento da imagem de Helder após os escândalos da pandemia que macularam seu primeiro governo e a carreira do ex-auxiliar – este, pelo que se vê, de forma indelével -, ao governador caberia honrar o que se diz que prometera e arcar com o ônus que a repercussão pode lhe causar, ou abandonar o antigo colaborador e, quem sabe, pagar para ver se o recado apagado se transforma na gota d’água para uma temida e imprevisível delação premiada e suas consequências.

Como se sabe, as águas do lago não afogaram essa ameaça.