A prefeita Patrícia Mendes, agora em relacionamento sério com o empresário do ramo de combustíveis Bruno Rodrigues, será candidata à reeleição e pode enfrentar o ex-marido Moisés Mendes, também empresário, nos próximos dois anos/Fotos: Divulgação-Redes Sociais.

O desenlace matrimonial – e principalmente político -, somado ao novo affaire envolvendo a prefeita Patrícia Mendes aponta para a possibilidade de um embate político sem precedentes no Pará nas próximas eleições municipais, em cenário onde se desenha a atual prefeita em um palanque disputando a reeleição, e o ex-marido Moisés Mendes em outro, disputando o cargo de prefeito. A Região Metropolitana de Belém deve pagar para ver esse espetáculo.  

Pelas bordas

Observadores da cena política em Marituba avaliam que Patrícia Mendes está sob efeito anestésico e desapercebida do que acontece nos bastidores da prefeitura e da política do município. O ex-marido e empresário Moisés Mendes, por outro lado, nunca esteve tão ativo politicamente, a ponto de tirar o Dia das Crianças para entregar presentes em bairros periféricos da cidade, sem falar que tem se reunido com segmentos importantes em suposta preparação para um eventual projeto político, aglutinando a oposição à ex-mulher.

Criador e criatura

Ninguém desconhece que Moises Mendes tem grande crédito na construção do nome de Patrícia na vida pública. Foi e é a ponte da atual gestão com os extremos do município, setores de certo modo inacessíveis para maioria dos políticos locais, envolvendo bairros e áreas mais populosos, como o Almir Gabriel, antigo Che Guevara, o Nova Marituba e o União, onde Patrícia entrou pelas mãos do então marido, que agora aparece como possível candidato ao cargo de prefeito encabeçando grupos oposicionistas à gestão municipal.

Não se pode dizer, portanto, que a posição em que Moises Mendes se revela é politicamente confortável para o projeto de reeleição de Patrícia. Ainda que o ex-marido esteja ensaiando apenas um voo de galinha, já estará criando embaraços para a ex-companheira na busca pelo segundo mandato na prefeitura.

Perdas e danos

O que se diz é que a insatisfação de Moisés Mendes aumentou depois que a prefeita cortou seus canais de influência na máquina municipal, atribuindo a decisão ao relacionamento mantido com empresário Bruno Rodrigues, dono da rede de postos de combustíveis UBN. Segundo as más línguas, Moisés teria sentido mais o rompimento político e administrativo do que o matrimonial, propriamente.

Papo Reto

Divulgação
  • Edição extra do Diário Oficial do Estado acaba de acrescentar mais R$ 71,7 milhões na conta das obras do Estádio Mangueirão. Na ponta do lápis, o curto total da reforma bate os R$ 300 milhões.
  • Não se engane: dizer que o ex-chefe da Casa Civil do governo de Helder Barbalho Parcifal Pontes estaria entregue à própria sorte é exagero. Que o diga a deputada federal eleita Andreia Siqueira (foto), mulher do prefeito de Tucuruí.
  • A estratégia de Parsifal Pontes, discretíssima, como sempre, tem muito, senão tudo a ver com a vitória da parlamentar.
  • Conversa recente entre o ex-deputado federal Giovanne Queiroz e o presidente da Faepa, Carlos Xavier, foi um monólogo jamais visto.
  • Giovanne se revelou um bom falante e Xavier, melhor ouvinte.
  • Com o dedo em riste na cara de um prefeito do Sul do Pará que questionou a exposição a que sua família se submeteria caso  declare apoio a Lula, o governador Helder Barbalho foi contundente: “Você quer prejudicar o seu município, tente fazer diferente”.
  • Detalhe: santinhos com a foto de Lula e a indicação dos prefeitos já estão rodados para entrega. HB promete fiscalizar cada distribuição. Quem quiser integrar a lista negra fique a vontade.
  • Leitor atento da coluna diz estranhar que o STJ tenha afastado do cargo o governador de Alagoas por um mero crime de rachadinha, mas não toma medida contra gestores que desviaram dinheiro da saúde durante a pandemia.
  • É impressionante, mas verdadeiro: o crime organizado lava dinheiro com o ouro do Pará.  Facção criminosa compra barras de ouro extraído ilegalmente e o centro do comércio é Itaituba.
  • É mais quem pede providências às autoridades estaduais, federais e municipais contra o vilipêndio ao patrimônio público nos seguintes monumentos: fachada da Beneficente Portuguesa, muro do Estádio Evandro Almeida e o muro do museu Goeldi.
  • Agência Círio, da Caixa Econômica Federal, à Presidente Vargas, teve uma sexta-feira lotada durante o dia todo e com todos os banheiros destinados ao público interditados.