A máquina de propaganda do governo do Pará, movida a polpudos pagamentos para técnicos e profissionais de vários segmentos, inaugurou – e já encaminhou para suposto conhecimento da coluna, senão para “tirar sarro” – mais um poderoso instrumento de contra-ataque nas redes sociais, bem ao estilo do governo Bolsonaro que, pelo visto, os “meninos” que atuam na linha de frente da defesa do governador do Estado adotaram: “memes”. A peça é emblemática. Dá conta de que está cada vez mais difícil falar mal do governador. Da parte que cabe ao redator da coluna, na hipótese de ser um recado encaminhado por vias tortas, cabe uma explicação: a coluna fala de atos do governo, criados pelo próprio governo, muitos deles publicados no Diário Oficial, outros nas redes sociais e outros que passam por rigoroso crivo de interpretação, mas, produzidos pelo governo. Falar mal da pessoa do governador não é nossa praia – não na coluna…
Ouça o áudio.
Os fatos falam por si, não basta?
O governo do Pará, que em dezembro chega ao quarto ano e ao fim do primeiro mandato, é um case político digno de estudos por ser único, exclusivo e escandalosamente histórico. Em apenas quatro anos, foi alvo de quatro operações da Polícia Federal, com visitas ao Gabinete e à residência do governador e a prisão de quatro secretários de Estado e outros auxiliares. Tem uma folha corrida produzida pela Polícia Federal de dar inveja e, segundo a Polícia Federal, é responsável pelo desvio de mais de R$ 450 milhões de recursos públicos encaminhados pelo governo federal para o combate à pandemia através da famigerada “Máfia das OS” no Pará, operada pelo presidiário Nicolas Tsontakis – e ainda responde a processo no Superior Tribunal de Justiça, já que o governador Helder Barbalho tem fórum privilegiado, por conta da compra e pagamento irregular de respiradores, entre outras denúncias e ações movidas pelos Ministérios Públicos Federal e Estadual.
A infame arte de usar a pobreza
A nova peça de artilharia é apresentada no mesmo dia em que o governo do Estado anuncia aumento de 10,5% para o funcionalismo público e do vale alimentação, para R$ 1 mil, como se isso fosse alguma coisa além de “um agrado eleitoreiro”. Paga abonos, alimentação, gás e bolsa estudo – diz que para conter a evasão escolar -, mas não constrói uma escola; não paga policiais militares afastados da corporação; nem policiais civis sempre prontos a atender ao chamado do Estado; e muito menos cumpre promessas espalhadas ao vento, como a que envolve os peritos criminais. E pensar que, como diria um mago do jornalismo já falecido, “a melhor maneira de falar mal de alguém é por trás…”.
Papo Reto
- A relação entre o time de servidores nomeados no governo do Estado e na Prefeitura de Belém nunca esteve, digamos, tão pontuada de burburinhos.
- No Detran, todo mundo critica o que chamam de “absurda inoperância da Semob”, que joga toda mobilidade urbana da capital nas costas do Departamento de Trânsito.
- Por outro lado, lideranças da esquerda se digladiam internamente contra o que nominam de “suicida subserviência do prefeito ao governador”, segundo o secretário Cláudio Puty (foto).
- O que se diz é que, além de espaço no Podemos, o governador do Pará teria garantido ao ex-senador Flexa Ribeiro que, “vindo pro nosso lado”, moverá seus “pauzinhos” em Brasília pela cassação do mandato do senador Zequinha Marinho. Será?
- Consideração de uma petista-raiz, entre aspas: João Batista, desde pequenininho, sempre foi articulador do Beto Faro, todo mundo sabe disso. Paulo Rocha pode ter todos os defeitos, mas é um cara justo. Deve estar magoado.
- João Batista, seguramente, virá para deputado federal e tirará a cadeira que poderia ser da mulher de Beto Faro. Beto e a mulher Dilvanda, por excesso de ambição, ficarão de fora, sem mandato. Pode anotar, fecha aspas.
- No Barreiro, em Belém, água é como visita, quando muito. Sequer entra na sala, quanto mais na cozinha. Antes do inverno, passava porta adento, sem cerimônia, chegando à cozinha e ao banheiro, mas sumiu há mais de mês.
- O que, afinal, acontece com a coleta de lixo em Belém? Se nas ruas mais próximas do centro da cidade o cenário é de lixo ensacado à espera da coleta, nas avenidas Centenário e Independência criam-se lixões a céu aberto.
- Ao contrário do que saiu na coluna, a Delegacia de Polícia de Bragança não integra a superintendência da Zona do Salgado, o que exime o delegado Paulo Henrique Ribeiro de qualquer responsabilidade na segurança da “Pérola do Caeté”.
- O delegado, que é cunhado do ministro da Justiça do governo Bolsonaro, Anderson Torres, sairá candidato a deputado estadual, não federal, por partido da base do governo federal, não pelo MDB.