Nem Secretaria de Esporte e Lazer, nem Federação Paraense de Futebol e muito menos o Clube do Remo, mandante do jogo, deram explicações convincentes sobre o episódio registrado no jogo do Corinthians em Belém. Ressarcimento de torcedores prejudicados, para falar apenas de um detalhe, é conversa para boi dormir/Fotos: Divulgação.

Quase dez dias depois da caótica recepção aos torcedores que foram assistir ao jogo Remo x Corinthians, Boletins de Ocorrência na Polícia, cobranças, justificativas e explicações que não convenceram ninguém, o episódio parece ter caído no esquecimento e sem culpados.  

Quem quiser pensar que o Estádio Mangueirão está à altura do futebol paraense, que o futebol paraense está à altura do torcedor, ou mesmo que os três se completam, fique à vontade. O que não se admite, diante dos episódios ocorridos durante o jogo Remo x Corinthians, é pensar que os diretores dos clubes, ou os titulares da Secretaria de Esporte e Lazer e seus penduricalhos estão aquém de tudo isso. O certo é que, quase dez dias depois do episódio, nada parece ter acontecido – e segue o andor que o torcedor é de barro.

Quem mandou fechar

Todas as fontes ouvidas pela coluna apontam para o mesmo lugar: a ordem para fechar os portões do Mangueirão antes do início da partida partiu da diretoria azulina. Na ocasião, cerca de mil torcedores protestaram do lado de fora por terem sido barrados nos portões do estádio, mesmo com ingressos em mãos. A Polícia Militar precisou agir para conter a multidão, mas, como se sabe, a PM não atua por conta própria: cumpriu ordens, no caso, da diretoria do mandante do jogo.

Interessante que tanto o Remo quanto a Federação de Futebol registraram BO na Polícia, como se nada tivessem a ver com o episódio. Até agora, a única medida tomada pelo Remo foi disponibilizar um número de Whatsapp para receber mensagens de pessoas eventualmente lesadas, mas há casos pendentes bem mais graves.

Explicações tortuosas

Talvez por isso o presidente Fábio Bentes demonstrou certo nervosismo durante a entrevista que concedeu um dia depois do jogo para tratar do assunto. E, e uma observação mais detalhada, observa-se que, em momento algum, Bentes afirma que a ordem para fechar os portões não partiu da direção azulina, mas apenas que “a diretoria do Remo não concordou com a decisão”.

Outra evidência semelhante diz respeito ao banner que disponibilizou o número de Whatsapp para contatos. A mensagem pede apenas a identificação dos torcedores prejudicados para “ser informado sobre as medidas cabíveis”. O texto não confirma o ressarcimento. Para os analistas de plantão, especialmente do Direito especializado em Defesa do Consumidor, expor publicamente a promessa de ressarcimento seria, no campo jurídico, a admissão de culpa do clube.

A grita dos torcedores

Nas redes sociais, em resposta ao post feito pelo Remo sobre o contato disponibilizado para quem se sentiu lesado, o que não faltam são críticas e queixas contra o clube. O internauta Jorge Helder foi enfático. “Não quero dinheiro de ingresso! O que fizeram com os torcedores não pode sair barato! O que passei com meus filhos foi muito ruim! Vocês que acham que sabem administrar um clube de futebol deveriam ter vergonha na cara do que fizeram milhares de pessoas passarem!”

A internauta @gabewiiii expôs um caso ainda mais preocupante. “Eu, minha irmã, tia e primo conseguimos entrar na metade do segundo tempo. Pegaram nossos ingressos. E agora? Passamos tanto sufoco do lado de fora, foi uma humilhação! Gastamos horrores. Tanto com Uber, como com passagens de navio – minha tia e o filho vieram um dia antes lá do Marajó – e eu e minha irmã viemos no domingo – estou de férias, poderia ter ficado lá mas vim por conta do jogo. Estou sem os ingressos para entrar em contato, posso fazer alguma coisa ainda?”

Já o torcedor Paulo Dizin lembrou o caso da mãe que foi barrada com um filho autista. “Acho que será necessário ajuizar uma ação contra o clube, pois muitos torcedores foram humilhados pela Polícia Militar, inclusive com relato de uma mãe que preparou seu filho especial com autismo e foram barrados na entrada. Imagine como não ficou a cabeça dessa criança? Essa situação de quarta-feira não passa de falta de organização, respeito e seriedade por parte dos organizadores do jogo. Pra cima dos torcedores prejudicados”.

Ninguém sabe de nada

Os demais órgãos envolvidos na partida também se manifestaram sobre o episódio. A Secretaria de Esporte e Lazer e a Federação Paraense de Futebol afirmaram, em nota, que nada tiveram a ver com a decisão e que trabalham para descobrir de quem partiu a ordem. Já o governador Helder Barbalho usou as redes sociais para se solidarizar com os torcedores prejudicados e para informar que a Seel notificou o Clube do Remo, responsável pelo aluguel do estádio, comercialização de ingressos e controle de acesso da torcida, sobre o ocorrido.

Papo Reto

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