O deputado estadual Iran Lima, do MDB, líder de governo na Assembleia Legislativa, deu com a língua nos dentes. Sob intensa pressão de improvável ataque da estreante deputada Andreia Xarão, do mesmo partido, contra a Companhia de Saneamento do Pará, o ex-chefe da Casa Civil confirmou o que todo mundo está careca de saber: a Cosanpa será privatizada. Foi a primeira manifestação pública do governo sobre o assunto, que promete reabrir feridas e render muita discussão.
Discurso sem volta
Segundo o parlamentar, “é possível que (a Cosanpa) passe, de fato, por um processo de privatização ainda neste ano, mas somente uma parte dela”, tentou minimizar, logo em seguida. O pronunciamento de Iran Lima tentava responder às críticas de Andreia Xarão que, na segunda manifestação em plenário desde que assumiu, ‘descascou’ em cima da companhia, dada a precariedade do abastecimento de água na sua cidade natal, Breves, no Marajó. “Somos cercados de água doce e não temos água na torneira de casa”, esbravejou.
Mal sabe Andreia que essa não é a realidade não se restringe a Breves.
Empresa ‘não recomendada’
De fato, não precisa muito para encontrar reclamações contra a companhia, que segue classificada entre os piores serviços públicos ofertados no Estado. O próprio site da Cosanpa estampa, até para cego ver, que 72,79% das manifestações recebidas pela Ouvidoria são de reclamações. No site ‘Reclame Aqui’, especializado em receber queixas e intermediar soluções, a empresa se enquadra como ‘Não recomendada’, já que não responde nem à metade das denúncias que recebe.
Plano? Faz sentido.
Resta saber se tudo não faz parte de um plano bem engendrado de privatização para que, diante de tanta insatisfação, um dia já não seja a população a pedir que a iniciativa privada tome conta daquilo que o Estado não consegue gerir nem a peso de milhões.
Papo Reto
- A grande discussão hoje sobre matéria penal no Superior Tribunal de Justiça é decidir se o grande traficante, flagrado com toneladas de cocaína, pode ser enquadrado no” tráfico privilegiado”.
- Bastaria ser primário e de bons antecedentes, o que por sinal não é difícil, pois os ‘grandes’ sempre se escondem. Esse privilégio também exige não integrar organização criminosa, coisa difícil de provar, principalmente quando é caso de prisão em flagrante.
- Ou seja, em vez de se preocupar com a repressão ao grande tráfico, o STJ procura beneficiar o agente que atua empresarialmente no tráfico de drogas.
- O presidente do Basa, Valdecir Tose (foto), comemora o maior lucro da história banco, registrado em 2022: R$ 1,1 bilhão.
- Usuários da Vivo não param de se queixar da precarização do serviço da operadora na Grande Belém, sobretudo em dias de temporal.
- Aliás, a proliferação de “pontos cegos” em Belém vem sendo denunciado à Aneel, mas, morre aí.
- Pela primeira vez, um indígena foi empossado como coordenador do Distrito Sanitário Especial Indígena no Pará.
- Trata-se de Bebo Kayapo, cuja solenidade de posse, em Redenção, ontem, contou com a presença de lideranças indígenas de várias aldeias do sul do Estado.
- A Justiça Eleitoral no Pará tornou o ex-prefeito de Tucumã Adelar Pelegrini inelegível por oito anos.
- Ele é acusado de abuso de poder nas eleições que disputou em 2020. A decisão cabe recurso, mas sem efeito suspensivo.
- Com isso, os direitos políticos do ex-prefeito seguem suspensos. Adelar também terá de pagar multa de 5000 UFIRs estabelecida pelo juízo da 74ª Zona Eleitoral.
- A concessionária de energia do Pará entregou sábado a obra da Subestação Batista Campos.
- Os oito novos alimentadores que fazem parte da subestação irão atender as cargas dos conjuntos das regiões da Cremação, Independência, Jurunas e Reduto.
- A subestação é a primeira do Estado compacta e isolada a gás, o que garante mais segurança para a população.
- O equipamento é parte de projeto que pretende entregar 12 obras novas só neste primeiro semestre, beneficiará cerca de 70 mil pessoas e os custos de investimento somam o valor de R$26,08 milhões.