Cenário aterrador: Secretaria de Transporte do Estado, comandada por Adler Silveira, ainda não se manifestou sobre o incidente, que pode ter sido provocado pelo rompimento de algum açude ou barragem nas proximidades da rodovia e cujas construções não são devidamente fiscalizadas/Foto: Divulgação-Redes Sociais-Whatsapp.

Imagine-se trafegando tranquila e calmamente por uma rodovia estadual construída sob as vistas da Secretaria de Transporte do Estado, sem manutenção, cercada de açudes de terceira categoria construídos sem fiscalização de quem de direito nas áreas adjacentes – para garantir água abundante o ano inteiro – e muita chuva: dá nisso aí.

Milésimos de segundos antes de o motorista atingir o ponto nevrálgico, a rodovia explode pela pressão da água, como aconteceu no quilômetro 252 da PA-252, rodovia que liga os municípios de Acará e Moju, nordeste do Estado, criando um espetáculo dantesco, embora sem fatalidade. Até o encerramento desta edição, a Secretaria de Transporte, comandada por Adler Silveira, não havia se manifestado sobre o incidente.

Afeito cascata

A rodovia PA-252 não é nova e está sem manutenção. Importante via de escoamento da produção de coco e dendê na região, a PA-252 recebe tráfego pesado 24 horas por dia, chova ou fala sol. Por ser antiga e estar sem manutenção, teria sido incapaz de suportar as pressões potencialmente perigosas criadas pelos produtores preocupados em manter suas fazendas abastecidas de água durante o verão. Com o volume de chuvas, a situação perdeu o controle e foi desaguar na via. 

Parece tsunami

O que se especula é que o sistema de drenagem do trecho arrebentado não teve capacidade para absorver o volume de água, que pode ter sido provocado pelo rompimento de algum açude. Quando isso acontece, a pressão leva de roldão todos os outros açudes e barragens abaixo, construídos em madeira, chegando ao ponto crítico – o sistema de drenagem sob a rodovia – com extraordinária força de um tsunami.