O onipresente e onipotente governador do Pará, Helder Barbalho, retirou o prometido apoio a Ricardo Gluck Paul em favor do atual presidente, Adelson Torres e entornou o caldo. Paulo Romano, apoiado pelo vice-presidente da CBF, Antônio Carlos Nunes, corre por fora, mas a política partidária pesa na FPF/Divulgação.

A eleição para escolha do novo presidente da Federação Paraense de Futebol virou saco de gatos, mais pela disputa de salários, que somam mais de R$ 50 mil por mês, do que propriamente pelo futebol. A chapa de Ricardo Gluck Paul impugnou a chapa de Paulo Romano, que impugnou a de Adelson Tores, que impugnou a de Ricardo Gluck Paul que teve a chapa impugnada por Paulo Romano – a ordem dos fatores não altera o imbróglio. Nessa balada épica, a eleição corre o risco de acabar nas barras da Justiça comum, ainda que algum magistrado autorize sua realização prevista para o próximo dia 28.

Resumindo a questão, Ricardo Gluck Paul intentou contra a chapa de Paulo Romano por não ter obtido a quantidade mínima de votos necessários no Colégio Eleitoral e a de Adelson Torres porque o atual presidente, se reeleito, cumpriria o terceiro mandado, o que não pode. Adelson Torres registrou chapa na FPF às 13h01, quando o expediente na sede da Federação só começa a partir das 14 horas. Paulo Romano jogou areia no ventilador e seja o que Deus quiser. Quer dizer, com cada um apresentando razões duvidosas para impugnar os concorrentes, resta ao juízo resolver a questão.

Helder Barbalho retira apoio
aos 45’ do final e altera o jogo

No fundo, no fundo, a briga política dentro do cenário está bem pior do que parece. O atual presidente, Adelson Torres, tem o apoio, agora declarado, do governador Helder Barbalho, que “deu o desdobro” em Ricardo Gluck Paul. De início, Ricardo se apegou a políticos como Vavá Martins, que até aprovou emenda parlamentar de R$ 300 mil para distribuir entre os presidentes das Ligas de Futebol. Além disso, colocou o presidente de uma Federação das Ligas de araque como vice-presidente na sua chapa e diz aos quatro ventos que tem 80 votos certos para ganhar a eleição.

O universo de votos válidos ultrapassa 160, já que alguns clubes têm direito a mais de um voto. Ocorre que, RGP foi informado de que o apoio antes prometido do governador não mais virá e, o que é pior, passou para um adversário. O caminho é a Justiça comum e a esperança de RPG é que seus advogados consigam provar que Adelson Torres não pode participar das eleições porque cumpriu mandato tampão em sua primeira administração. Paulo Romano, o azarão, tem apoio do Coronel Nunes, vice-presidente da CBF.

É imoral e ilegal, mas engorda.  
Quanto ao futebol, deixa pra lá

Dia desses, o candidato Ricardo Gluck Paul foi questionado sobre os salários pegos ao presidente da Federação, que saltaram de R$ 35 mil para R$ 50 mil, graças à providencial mexida nos palitos operada pelo ex-presidente Antônio Carlos Nunes de Lima nos bastidores da impoluta Confederação Brasileira de Futebol, além de valores não revelados saídos dos cofres da própria FPF. Gluck Paul considera esses pagamentos “imorais”, mas, perguntado se abriria mão deles, refugou. É imoral e ilegal, mas engorda, portanto.