Novas denúncias apontam que a OS Mais Saúde, gestora do hospital, negligencia e submete pacientes a situações extremas. Falta de gás paralisou os serviços ao menos até o final da manhã de ontem, mas, sem anestesistas, pacientes devem ser removidos ou receber alta/Fotos: Divulgação-Redes Sociais.

Até ontem, a informação – desesperadora, como sempre – que chegava a pacientes que estavam à espera de cirurgia no Hospital Público Abelardo Santos, no Distrito de Icoaraci, Região Metropolitana de Belém, dava conta de que receberiam alta, inevitavelmente, ou seriam transferidos para outro hospital, dependendo da disponibilidade de vagas, porque a unidade de saúde estaria sem médicos anestesistas.

Começo, meio e fim

Duro admitir, mas, decididamente, o “Abelardo Santos”, desde que foi inaugurado, já no atual governo, embora construído na gestão anterior, tem sido mais problema do que solução na saúde pública do Pará, quando não funcionou como uma rica fonte para desvios de dinheiro público, como no caso da pandemia, através das infames operações da chamada “Máfia das OS”, que pariu o personagem Nikolas Tsontakis.

Falcatrua esquecida

Segundo fontes da coluna, o hospital estaria ‘entregue às baratas por falta de uma boa administração’. Só para lembrar, a primeira gestão do “Abelardo Santos” foi entregue à Organização Social Santa Casa Pacaembu, responsável por um dos maiores escândalos envolvendo verbas federais repassadas para o combate à pandemia de Covid-19.

Em seguida, foi entregue à OS Instituto Social e Ambiental da Amazônia, que também não deixou saudades – nessa gestão foi descoberto o ‘escondidinho’ construído pela OS Santa Casa Pacaembu para ‘guardar’ respiradores que deveria servir à população e dos quais não se ouve falar; agora, é administrado pelo Instituto Mais Saúde, organização sem experiência que emprega antigos funcionários da Pacaembu, como a diretora Financeira, segundo informações  obtidas pela coluna, para quem, aliás, a palavra está franqueada para eventual esclarecimento.  

Gestão temerária

Ontem, por exemplo, quase no final da manhã, e em meio a tantas carências da administração classificada como ‘temerária’, o hospital saiu parcialmente da paralisação de serviços ao renovar seu estoque de gás, que faltara durante a madrugada, o que demonstra, no mínimo, falta de programação, uma vez que a essa altura o campo de segurança de servidores e pacientes já estava minado. E, pelo que se informa, não foi uma falha episódica: o hospital, conforme imagens encaminhadas à coluna, padece da falta de higienização e cuidados afins relacionados a uma casa de saúde. A preocupação, porém, é esconder o malfeito e evitar que as denúncias vazem para os meios de comunicação.

Com o pé na cova

Com servidores colocados na parede para ‘calar’ e livrar a OS Mais Saúde de eventual fiscalização – quem iria fiscalizar, afinal: Conselho Regional de Medicina, Conselho Regional de Enfermagem, Sindicato dos Hospitais, Secretaria de Saúde ou Ministério Público? -, os pacientes e familiares entram em pânico, mas não têm a quem reclamar.