O novo programa assistencial do governo do Pará, chamado “Reencontro com a Escola”, prevê beneficiar quase 600 mil estudantes e se soma às bondades pagas desde o advento da pandemia, nesse caso, a pretexto de estimular os estudantes e evitar a evasão escolar/Agência Pará.

Fica combinado assim: a “operação caça ao voto” do governador Helder Barbalho vai pagar para que alunos da rede pública estadual voltem às aulas presenciais sob o selo da contenção de possível evasão escolar. A bondade prevê investimento de R$ 108 milhões, quase o mesmo valor que sua excelência deverá torrar em propaganda até o final deste ano, de R$ 107 milhões. Está bom pra você? Pode ser, pode não ser. O certo é que, ao passo em que a medida passa longe de qualquer política pública para contemplar um segmento que foi duramente penalizado durante a pandemia, com severas – não necessariamente incorretas – restrições sanitárias e sem acesso à internet -, escancara o viés eleitoreiro, prática preferencial de Helder Barbalho desde antes de assumir o governo do Pará. Compra-se a consciência do eleitor e dane-se o estímulo aos estudos pelas vias normais.

Pesos e medidas: educação
para valer fica para mais tarde

Inicialmente, 121 mil dos mais de 595 mil estudantes matriculados nas unidades escolares vinculadas às secretarias de Educação e de Ciência, Tecnologia serão beneficiados com R$ 500. Outros 474 mil alunos que frequentam terão direito a auxílio de R$ 100, a partir do ano eleitoral. O modus operandi da caça ao voto de Helder Barbalho já contabiliza programas assistenciais como o Renda Pará e o auxílio emergencial Vale gás. O novo programa, pomposamente chamado “Reencontro com a Escola” é mais uma pérola, populista como os demais. Depois dizem que o futuro está na educação. Não assim…

Política do pão e circo pega
o eleitor no martírio da fome

A política do pão e circo, prática com a qual os líderes romanos lidavam com a população para mantê-la fiel à ordem estabelecida e conquistar o seu apoio também se vê por aqui. São ações bem caraterísticas de um governo que tenta, de todas as formas, pegar os eleitores pelas necessidades, pela boca e pela barriga, como se diz em linguagem bem coloquial. Quanto mais pobre e mais necessitado, mais dependente das “migalhas” entregues por governos que só pensam em explorar a dor da pobreza. Enquanto isso, escolas públicas caem aos pedaços, sem oferecer um ensino de qualidade.

Projeto de poder absoluto
coloca consciências no bolso

A conclusão a que chegam os analistas políticos é de que o governador Helder Barbalho não tem um projeto de Estado sequer, ou mesmo de governo; tem projeto de poder absoluto, o que é bem diferente, ao botar no bolso Poderes como Assembleia Legislativa, prefeituras municipais, partidos políticos, a grande mídia e a raia miúda. Sem projetos estruturantes de vulto, o caminho mais fácil á abrir “sacos de bondade” a torto e a direito, com o uso de dinheiro e pequenas obras, comprometendo o presente e o futuro do Estado.

Homens e mulheres de
60 anos devem entrar na idade digital

O Pará pode ganhar a “Terceira Idade Digital”. Trata-se de uma política pública de incentivo e educação tecnológica para mulheres e homens com 60 anos ou mais. De autoria do deputado Eliel Faustino,  o projeto prevê incentivar a terceira idade a utilizar novas tecnologias, comunicação, colaborar para a aprendizagem da utilização das ferramentas digitais, promover a inserção no mundo virtual e motivar a educação tecnológica – riscos e benefícios da internet e acesso a órgãos públicos e bancário. O projeto, já protocolado, aguarda tramitação nas Comissões Permanentes e votação.