Na área jurídica, comenta-se que foi pífio o resultado da “Operação Q.I.”, da Polícia Federal, que na última semana montou acampamento no Tribunal de Justiça para investigar o apadrinhamento de desembargadores em nomeações de funções de confiança na esfera da administração pública do Poder Executivo. O entendimento de alguns especialistas é de que faltou vincular as supostas nomeações a fatos ilícitos, considerando que não está na lei, em regra, que parentes de juízes não podem exercer tais funções. “Nepotismo é outra coisa”, acrescenta fonte da coluna.

Interpretações à parte, leitores entopem os canais da coluna com comentários sobre as denúncias, o envolvimento de magistrados com o governo estadual e, principalmente, a situação vexatória a que a Justiça do Pará foi submetida, com dez dos seus 28 desembargadores supostamente comprometidos em relações constrangedoras que extrapolam o senso comum sobre justiça. E comentam, até jocosamente: “Se forem em busca de outros colegiados, não vai sobrar Lexotan nas  drogarias”. “A sociedade quer saber o que fazem nesses últimos 30 anos esses mandraques do dinheiro público e seus artifícios de parentescos e amizades” ou, “E os gastos com o dinheiro público afrontando os princípios constitucionais, serão revelados?”

O fosso, a fossa da toga

Abre aspas: Testemunhas contam o efeito do vazamento de véspera: desassossego, reuniões apressadas, gritinhos nervosos, lágrimas furtivas, até, em salas do Tribunal de Justiça do Pará. A Polícia Federal chegou à sede da cúpula do Judiciário paraense. Também aos apartamentos de desembargadores investigados pelo STJ. 

A reportagem, que circulou intensa em Belém, revela detalhes. Com eles, o nauseante odor do compadrio sujo que permeia as relações de poder supostamente republicano, gamela que nutre perfis posudos, barrigas em declive, falsamente impolutos, moral abaixo de todas as suspeitas. 

Não bastassem os privilégios intoleráveis ajustados à toga, certos senhores aumentam o fosso, a fossa do descrédito, do desrespeito, lançam o povo na indignação cívica que o Judiciário semeou no Brasil dos homens e mulheres do bem. Fecha aspas (jpl). 

Pensamento do dia

 “Há muito que, infelizmente,  o gabinete dos desembargadores  é um verdadeiro balcão de negócios.  Mas, como disse  Aristóteles, ’a Justiça vale o que valem os homens’”. 

• O Psol está distribuindo nota dizendo que a operação da PF na Secult mirou a ex-secretária Ursula Vidal (foto), candidata à Câmara Federal que eles temem mais do que o diabo teme a cruz.
• Se Ursula se eleger vai para cima de Ed 50 sim ou sim. Não terá padrinho que o proteja.
• Em tempo: a visita de agentes federais à Secretaria teve como alvo funcionária indicada por um desembargador. Simples assim.
• A euforia maior da equipe de Manoel Pioneiro com sua liderança na corrida pela vaga do Senado vem do fato de o ex-prefeito de Ananindeua ter feito política praticamente apenas no interior e só agora estar iniciando o corpo a corpo na Grande Belém.
• Notícias oriundas de Escritórios Regionais da Adepará dão conta de que, depois da divulgação de  pesquisa eleitoral favorecendo o ex-prefeito, as fichas de controle animal da família Antunes passaram a intensificar as movimentações de boi em pé.
• Dizem que vão despachar 2 mil bois para garantir o fôlego e ampliar a vantagem de Pioneiro sobre os adversários ao Senado.
• O jovem que aparece no vídeo do cotoco do senador Paulo Rocha é Wesley Freitas, presidente do PCdoB em Dom Eliseu, coordenador da campanha de Ana Júlia à Câmara Federal, região da BR 222.
• Wesley é amigo de infância de Daniel Santos, prefeito de Ananindeua, relação que o coloca na condição de trabalhar também o nome do ex-prefeito Manoel Pioneiro ao Senado. É a miscelânea ideológica.
• Nas pesquisas eleitorais de consumo interno do MDB para a Assembleia Legislativa, os indicativos numéricos e estatísticos apontam quem são os candidatos com chances de eleição.
• Chicão Melo, Chamonzinho, Iran Lima, Martinho Carmona, Osório Juvenil, Thiago Miranda, Wanderlan Quaresma e Jeová Andrade.
• Nomes que estariam ficando pelo caminho por conta de bases políticas e eleitorais rachadas incluem Ângelo Ferrari, Eraldo Pimenta, Diana Belo, Paula Gomes, Paula Titan e Ronie Silva.
• Falso médico que há meses  atuava no hospital de Conceição do Araguaia foi preso sábado em flagrante por exercício ilegal da medicina. 
• Um crime dessa monta contra a saúde pública é passível de configuração sem a conivência da direção do hospital, responsável por checar CRM e currículo?