
Decreto do governador Helder Barbalho publicado no Diário Oficial do Estado nesta semana provoca o maior burburinho no mercado ao nomear os membros da Comissão Estadual de Desestatização, para a qual estão escalados, pela Casa Civil, Maria Eugênia Marcos Rio; Eduardo Ribeiro, pelo Núcleo de Gerenciamento de Transporte Metropolitano; Ricardo Sefer pela Procuradoria-Geral do Estado; Renê Souza Júnior pela Secretaria da Fazenda; e Ivaldo Ledo, pela Secretaria de Planejamento e Administração, sob a presidência da PGE. A segunda Procuradora-Geral Adjunta Administrativa funcionará como secretária-executiva da Comissão e a terceira, na pessoa de Carolina Ormanes Massoud, junto à Comissão de Desestatização.

Alvo preferencial
A pergunta que não quer calar é qual será o alvo da desestatização do governo. Todos os caminhos apontam para a Companhia de Saneamento do Pará, mas as interrogações se sucedem. Para especialistas no mercado, a possibilidade de privatização da companhia parece, a princípio, paradoxal no atual momento. Afinal, o governador Helder Barbalho entrou de cabeça na campanha do presidente eleito Lula da Silva, que foi é e sempre será contra privatização de empresas estatais.
Explique-se
Por outro lado, em se tratando da Cosanpa, o governo do Estado teria muito que explicar o alto investimento que esburacou toda a cidade de Belém trocando a rede de abastecimento para eventualmente entregar a empresa ao particular, o que vai de encontro ao princípio da privatização – gastou uma fortuna de dinheiro público para entregar a empresa em pleno funcionamento à iniciativa privada.
Favas contadas
Em todo caso, a se confirmar as especulações, caberá à douta Assembleia Legislativa, onde o governador Helder Barbalho tem o controle da maioria dos deputados, apenas autorizar a medida como favas contadas. Antes, porém, bem que o governo poderia dar transparência aos seus planos, como diz que não aconteceu no caso da venda da concessionária de energia elétrica no governo tucano.