Segundo o CNJ, o juiz federal Antônio Carlos de Almeida Campelo, da 4º Vara no Pará, contabiliza meia dúzia de decisões consideradas “incomuns e gravíssimas”, a última supostamente favorecendo o contrabando de madeira no Estado/Divulgação.

Ao menos 12 fatos com decisões consideradas incomuns envolvendo atuação em plantões e a substituição de juízes levaram o Conselho Nacional de Justiça a decidir, por unanimidade, pela abertura de investigação e afastamento do cargo do juiz federal Antônio Carlos de Almeida Campelo, da 4º Vara. Algumas decisões liberaram bens apreendidos e traficantes de drogas presos. Outras foram proferidas em períodos de férias, quando o juiz não pode decidir. Um dos ministros do CNJ argumentou que “pode haver mais envolvidos no caso”. Um dos episódios mais recentes envolvendo a atuação de Antônio Carlos de Almeida Campelo foi à liberação de parte da carga de madeira apreendida em operação da Polícia Federal contra extração ilegal, fato que culminou com a abertura de inquérito para investigar o então ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles.

Corregedoria destaca 
modus operandi do magistrado

Àquela altura, o juiz substituto da vara havia decidido que o caso deveria ser analisado pela Justiça Federal do Amazonas, mas o juiz Antônio Carlos de Almeida Campelo, que estava de férias, revogou a decisão. Na mesma operação, a Polícia Federal apreendeu mais de 130 mil metros cúbicos de madeira que eram transportadas em balsas na região dre fronteira entre o Pará e o Amazonas. A Corregedoria do CNJ considerou essa e outras decisões do juiz incomuns e os fatos, “gravíssimos”. Segundo a corregedora, o ponto comum era ao fato de o juiz “sempre revogar decisão dos colegas que eram os competentes para julgar os casos”, citando outras decisões do magistrado.