Mais de 17 mil mortes por Covid; denúncias de desvios de recursos; operações da PF; serviços públicos deficientes; escolas em condições precárias; muito dinheiro de transferências federais e de royalties na conta, mas sem obras estruturantes e sem desenvolvimento. Nem Arquimedes para explicar/Foto: Agência Pará.

Decididamente, dinheiro não é problema para o governo do Pará. Dados atualizados do Portal da Transparência apontam que o Estado teve aumento de receita de 30% por conta de transferências constitucionais em três anos, mesmo período em que os royalties da mineração renderam R$ 6 bilhões para a administração Helder Barbalho, representando crescimento de mais de 225% no período. Mas, como diz canção do sambista Paulinho da Viola, “dinheiro na mão é vendaval”, que, no caso do Pará, pode significar, com todo o respeito, “escapa por entre os dedos” e não resulta exatamente em benefícios à população, que sofre com a ausência de obras estruturantes e de serviços públicos de qualidade.

Cadê esse dinheiro todo?

Para se ter ideia da dinheirama que ventila o governo Helder Barbalho, em 2019 foram repassados ao Pará R$ 10,9 bilhões, seguindo-se R$ 12,2 bilhões em 2020 e R$ 14,2 bilhões em 2022, aumento de mais de 30,27% (veja tabela acima). No mesmo período, os royalties resultantes da exploração mineral renderam R$ 6.149 bilhões: R$ 1, 322 bilhão em 2029; e R$ 1,844 bilhão em 2020 até explodir ao patamar de 225,41% em 2021, atingindo a impressionante soma de R$ 2,9 bilhões. Somando-se as transferências constitucionais, mais royalties e os empréstimos contraídos pelo governo desde que assumiu até o ano passado, não é ofensivo perguntar: cadê esse dinheiro, governador?