Por decisão do secretário de Educação, Rossieli Soares, o calendário escolar vigente ‘ganhou’ oito sábado letivos, sem pagamento de horas extras, mas falta para quem não trabalhar/Fotos: Divulgação.
Secretário de Educação navega em céu de brigadeiro desenhado e oferecido pelo governo do Estado, mas aprofunda o abismo na relação com os professores da rede pública.
A Secretaria de Educação do Estado está com tudo e não está prosa; muito pelo contrário. Despois de alterar dispositivos da legislação em seguidas reuniões com a Comissão de Educação da Assembleia Legislativa, o secretário Rossieli Soares emplaca mais um feito junto ao governo do Estado: a aprovação da Lei 9.902, que cria a Fundação de Apoio para o Desenvolvimento da Educação, a Fadep, vinculada à Seduc.
À nova fundação estadual caberá oferecer infraestrutura, serviços e programas de alta qualidade comprometidos com as políticas públicas para o setor; elaborar estudos e projetos para execução de obras e reformas; construção, adequação e restauro de prédios escolares, diretamente ou por meio de contratos e convênios; e desenvolver estudos e projetos para a Secretaria. A Fadep será composta por conselho gestor, diretoria executiva, conselho fiscal e procuradoria.
Quem planta vento…
Contudo, embora navegando em céu de brigadeiro desenhado e oferecido pelo governo do Estado, o secretário Rossieli Soares parece estar plantando vento junto aos professores, mesmo antes de fazer circular documento cobrando o ponto nas escolas no dia da paralisação nacional promovida pela classe, em Belém. E o secretário decidiu levar a cobrança às últimas consequências, assanhando a tempestade.
Segundo o Sintepp, ‘a defesa dos direitos e da educação pública nunca foi uma concessão de governos, mas conquistas’, ao acusar Rossieli Soares de assédio – ameaças e tentativas de intimidação. No caso da paralisação do dia 26, diz o Sindicato, foi divulgada nas escolas e oficialmente informada à Secretaria, para negociação do dia paralisado.
Caldo entornou de vez
Rossieli, porém, conforme o Sindicato, fechou as portas: é intransigente quanto à ameaça de desconto da paralisação e ignora a negociação de reposição do dia letivo, indo mais longe – exige que as escolas lancem nos pontos ‘falta injustificada’, e não ‘falta greve. Para entornar de vez o caldo, acaba de impor no calendário escolar vigente oito sábados letivos.
É trabalhar sem hora extra ou receber falta.