A coluna abre espaço, com muito prazer, para a manifestação do amigo Paulo de Tarso Ribeiro e familiares por ocasião dos 90 anos do professor Nelson Ribeiro, comemorados ontem. O redator da coluna teve o prazer e a honra de trabalhar e acompanhar de perto algumas das importantes ações do ministro da Reforma Agrária como assessor de Imprensa do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária no Pará.
É com imensa alegria e gratidão a Deus e Nossa Senhora que celebramos os 90 anos de vida de nosso pai, Nelson de Figueiredo Ribeiro. A Providência Divina nos concedeu um pai extraordinário, a quem nos referimos sempre com admiração e alegria.
Nesses 90 anos de vida, há muito que celebrar: desde a nossa família, que ele formou com nossa querida mãe Celeste Ramos Ribeiro, passando pela sua intensa atividade como homem devotado à causa pública, papai sempre exerceu suas funções com um olhar especial para os mais pobres. Ele próprio um deles, nascido em Terra Santa, município de Faro, no interior da Amazônia, papai teve uma infância simples e feliz. Nasceu e se criou na Fazenda Paysandu, no paraná do Rio Bom Jardim, onde viveu sua infância e pôde experimentar a proximidade com a grandiosidade amazônica, da qual sempre falou com amor, orgulho e saudade. De lá veio, ainda menino, para Santarém e depois para Belém, de modo a completar seus estudos.
Sua passagem pelo setor público iniciou-se na extinta Superintendência do Plano de Valorização Econômica da Amazônia, na qual foi secretário da Comissão de Planejamento. Logo depois, assumiu o cargo de diretor de Crédito Especializado e presidente do Banco da Amazônia, órgão que teve papel relevante no financiamento do desenvolvimento da Região Amazônica.
Como Pró-Reitor da Universidade Federal do Pará, teve papel importante na implantação da reforma universitária e na democratização do acesso ao ensino superior. Voltou ao setor financeiro como diretor e presidente do Banco do Estado do Pará, dedicando atenção especial ao crédito especializado orientado para o desenvolvimento regional amazônico.
Esse olhar sempre orientado para os mais pobres e para o desenvolvimento o levou ao Ministério da Reforma e Desenvolvimento Agrário, para o qual foi escolhido para ser ministro de Estado pelo Presidente Tancredo Neves. Nele coordenou a implantação do Plano Nacional de Reforma Agrária e teve duros embates com os proprietários rurais e os latifundiários, que se opunham à implementação da reforma agrária no Brasil. Guardou com carinho, dessa luta, o presente que lhes foi dado pelos trabalhadores rurais em uma de suas inúmeras viagens pelo País: uma panela crivada de balas, a evidenciar a opressão e a terrível conflagração vivida pelo País no setor rural, cujo ápice deu-se com o brutal assassinato do Padre Josimo.
Voltando a Belém implantou a Secretaria de Estado, de Indústria, Comércio e Mineração, bem como a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente, das quais foi Secretário.
Seu olhar intelectual o levou a escrever inúmeros livros voltados à causa pública: “O Clamor dos Despossuídos”, “Caminhada e Esperança da Reforma Agrária”, “Administração Acadêmica Universitária” e “A Questão Geopolítica da Amazônia”.
Agradecemos profundamente a Deus a vida de papai, que tanto enternece e inspira nossos corações.