Reaparecimento abre especulações na cooperativa médica, provavelmente articulando ações para fazer retornar o grupo de diretores afastados por decisão da Justiça e de assembleia geral/Fotos: Divulgação.
No primeiro caso, longe da coluna pensar que se trata de uma ação suicida, daquelas que, durante a Segunda Guerra Mundial, partiam de certo país asiático com resultados previsíveis. Mas, no segundo caso, não há dúvida de que o médico Wilson Yoshimtsu Niwa, ex-presidente da Unimed Belém, tem usado uma rede de informações, nos moldes da Polícia Militar Secreta daquele país asiático no tempo da guerra, para identificar fontes da coluna dentro da cooperativa. Se interessar possa, está indo do nada para lugar nenhum. O ponto não é esse, mas o primeiro.
Como esconder, por exemplo, que na última segunda-feira o ex-presidente se reuniu, por volta das 15 horas, com a diretoria afastada por decisão judicial e destituída do cargo por decisão de assembleia geral, em aberto desafio à Justiça e aos próprios associados? E com que finalidade, depois de três mandatos à frente da cooperativa, de onde saiu debaixo de críticas pela forma como enfrentou a pandemia, algumas vezes inclusive com as portas dos hospitais fechadas aos pacientes?
Unimed paralela
Em meio a métodos pouco ortodoxos na condução da instituição médica, no mesmo período Newa enfrentou outro desafio complicado – a construção de um hospital considerado de altíssimo nível que, desde que foi inaugurado, representa custos de R$ 6 milhões a R$ 8 milhões. Então, o que autoriza o ex-presidente a criar uma “Unimed paralela”, na qual funcionários de primeiro e de segundo escalão não sabem a que senhores devem obedecer – aos eleitos, ou aos defenestrados.
Não se tem detalhes – por enquanto – da pauta da reunião entre os ex-presidente Wilson Newa e os integrantes afastados da diretoria Executiva Antônio Travessa, Alberto Anijar, Elaine Figueiredo, Sandra Leite e Robson Tadashi, mas, diante das circunstâncias, não deve ter sido coisa boa, ou então estariam nos respectivos cargos, sem o incômodo de decisões externas. Também a atual diretoria não se manifestou sobre o assunto, mas os cooperados bem que deveriam espiar o ambiente com mais atenção.
Todo cuidado é pouco
Afinal, quem não arruma a casa parece não esperar visitas. Já pensou se em meio a esse jogo escancarado de interesses a Agência Nacional de Saúde engendrar uma intervenção na cooperativa?