Documento encaminhado ao governador Helder Barbalho é um apelo à melhoria da qualidade dos serviços oferecidos na travessia Belém-Camará, onde a empresa da parlamentar opera precariamente, cobra preços incompatíveis e age nos bastidores para evitar a entrada de concorrentes no mercado/Divulgação.

Prova de que sob o governo Helder Barbalho poucos se atrevem a “dar a cara a tapa” é a carta aberta encaminhada à Casa Civil denunciando a falta de compromisso da empresa Arapari Navegação, de propriedade da família da deputada Ana Cunha – parlamentar que integra o bloco do PSDB da base de apoio ao governo -, responsável pela ligação fluvial Belém-Camará, no Arquipélago do Marajó. O documento é assinado por “marajoaras”, por motivos óbvios, e revela o descaso da empresa com a população da região, uma vez que opera em condições precárias, não é submetida à fiscalização da Arcon ou da Capitania dos Portos e pratica preços incompatíveis com a qualidade do serviço que oferece. Mais que isso, a empresa é acusada de impedir, por vias oblíquas, a entrada de concorrentes. O documento enviado ao governador do Estado é um dramático pedido de socorro

Liberação de nova linha seria
“prova de respeito” do governo

Em certo trecho, o documento destaca: “governador, não precisa tirar a Arapari da linha. Deixe a empresa para agradar a deputada Ana Cunha, considerada ‘toda poderosa’ dentro do seu governo, mas que não está preocupada com os eleitores da região”. E conclui, depois de advertir o governo sobre os riscos que o descaso da empresa representa aos passageiros e sua atuação nos bastidores para evitar a entrada de concorrentes no mercado, indagando: “Então, governador Helder, quem é mais importante para o senhor: o povo do Marajó ou o apoio, aqui na região, da deputada Ana Cunha? Libere a linha do Porto Camará para outras empresas e já estará nos dando uma grande prova de respeito”.

Feira internacional
foca projetos na região

A Exposição Feira de Dubai, promovida pelo governo federal, com apoio da Federação da Agricultura e Pecuária do Pará, pretende atrair para o Marajó empresas que queiram investir em turismo, agroindústria, extrativismo sustentável e pesquisas em conhecimentos para a medicina, cosméticos e alimentos, dentre outros. A proposta de construir uma rodovia e pontes ligando Belém ao Marajó, de lá até Macapá, no Amapá, e seguir até a Guiana Francesa, mais que um sonho, depende de verbas das Arábias.