O sopro que o governador Helder Barbalho planeja dar para conceder vida ao ex-prefeito de Piçarra Wagne Machado na Câmara Federal só não é maior do que o desconforto que a eventual consolidação do plano irá causar em alguns figurões da política no sul e sudeste do Estado, entre eles um prefeito enrolado em processos judiciais que não é o de Parauapebas, Darci Lermen. As chances de Wagne subir são reais e capazes de causar pesadelos a qualquer cochilo.
Negociações em curso
Que o digam o deputado federal eleito, Keniston Braga e o reeleito – com a maior votação à Assembleia Legislativa – deputado Chamonzinho. A candidatura de Wagne Machado foi alvo de deboches, embora o ex-prefeito seja considerado hábil articulador político. A vaga que poderá ocupar na Câmara será aberta, de acordo com a engenharia política do governador do Estado, com a nomeação de um deputado federal para compor o secretariado estadual. As negociações estão em curso.
Além de ex-prefeito de Piçarra, Wagne Machado foi presidente do Consórcio Intermunicipal de Saúde do Araguaia-Tocantins e da Federação das Associações dos Municípios do Pará, a Famep. Devido a esse acúmulo de cargos, o ex-prefeito tem ótimo trânsito no meio político e empresarial, sobretudo no segmento produtivo, o agronegócio, onde Helder precisa de representante para chamar de seu.
Recursos minguados
Wagne Machado é primeiro suplente de deputado federal pelo MDB e afinado politicamente com o ex-prefeito de Canaã dos Carajás Jeová Andrade, o prefeito de Marabá, Tião Miranda e o filho dele, Thiago Miranda, terceiro suplente de deputado estadual pelo partido. Nas últimas eleições, Wagne Machado obteve 73.798 votos – dizem que com orçamento bem apertado, bem diferente do que gastaram, por exemplo, Keniston Braga, Andréa Siqueira e Antônio Doido.