Teoria da conspiração coloca o ex-presidente Braselino Assunção como mentor da queda de Ruth Mello. Braselino saiu do banco para se candidatar à disputa de deputado federal, mas perdeu/Fotos: Divulgação.

Ao menos até a próxima segunda-feira, 12, as discussões sobre o destino do Banpará seguem na ordem do dia, dentro e fora da instituição: estaria o banco fadado à privatização, como se especula há muito tempo, ou a reunião do Conselho de Administração, convocada pelo governo do Estado, maior acionista, prevê apenas a dissolução e eleição de novo Conselho, baseada em supostas irregularidades apontadas contra a administração da presidente afastada Ruth Mello?

Em nota publicada no dia 23 de novembro, o Sindicato dos Bancários afirma que ‘acompanha as mudanças internas no Banpará e relembra o histórico de resistência do funcionalismo’, se reportando à crise de 1977 e 1988, que fechou 23 dos 27 bancos estaduais. A nota do sindicato faz menção direta “à instabilidade no âmbito da presidência do banco em razão de auditoria interna que apontou ao Conselho de Administração irregularidades atribuídas à gestão, que passou para o comando interino do diretor de Controle, Risco e Relações com Investidores, João Bernardo Pereira Lima, até nova decisão do Conselho.

O fio da meada

As especulações relativas à suposta privatização do banco têm base na criação, pelo governo do Estado, de um grupo de trabalho específico para tratar de assuntos dessa natureza e colocam a Cosanpa na lista de privatizáveis. Não demorou para que a decisão de dissolver o Conselho de Administração acrescentasse à lista o Banpará, mas o Sindicato sequer menciona essa possibilidade, embora escancare elogios à gestão de Ruth Mello, destacando a administração que permitiu ‘o fechamento do melhor acordo coletivo da categoria, com a valorização da carreira e reposição do piso, em reconhecimento ao funcionalismo’.

Saúde financeira

Funcionários de alto coturno do banco descartam a possibilidade de privatização a partir do novo Conselho de Administração e apontam razões: baixo valor patrimonial de mercado, grande passivo trabalhista, carteira de ativos de baixa liquidez, alta ineficiência administrativa e sucateamento tecnológico. “Mas tudo é possível”, diz fonte da coluna.

De qualquer modo, a dissolução do Conselho por si só é iniciativa inédita. “É uma decisão nunca vista em uma organização empresarial sadia.”, acrescenta. Fora do banco, observadores avaliam que a instituição ‘cometeu erros absurdos’, como a concessão de crédito com taxas abaixo da Selic, o que gerou prejuízo considerável. A avaliação é de que “dissolver um conselho de administração em uma empresa desse porte pode representar outro erro, mas só o tempo dirá”.

Efeito Braselino

Adeptos da teoria da conspiração colocam o ex-presidente Braselino Assunção com mentor da queda de Ruth Mello e justificam a decisão de dissolução do Conselho como uma tentativa do governo de ‘corrigir rumos’. Braselino, suposto controlador da maioria dos membros do atual Conselho, teria manipulado os fios da auditoria deliberadamente para oferecer o relatório final atribuindo irregularidades à gestão de Ruth Mello. O fogo atingiu o parquinho do banco e além, apontando para um futuro incerto e não sabido, pelo menos por mais uma semana.

Muitos padrinhos

O que não entrou nessa conta até agora são os laços de parentescos envolvendo o Banpará e membros do Tribunal de Justiça do Estado. São apadrinhamentos que viraram um nó górdio para o governador desatar. 

Papo Reto

Divulgação
  • O Tribunal de Contas do Estado amanhã sua nova presidente. Rosa Egídia (foto), procuradora de contas de carreira, terá como vice o conselheiro Fernando Ribeiro e Luíz Cunha como O corregedor.
  • O semáforo instalado na confluência da avenida Nazaré e Assis Vasconcelos, em frente Edifício ao Manoel Pinto da Silva, além de dar pouco tempo para a travessia de pedestres, está com defeito.
  • Manaus é única cidade do mundo onde o diabo é santo. No bairro Cachoerinha tem igreja de Santo Antônio do Podre Diabo, mais conhecida como igreja do Pobre Diabo.
  • A Mineração Rio do Norte e a Vale, em parceria com a Temple Comunicação, que atende as duas empresas, foram premiadas na 48ª edição do Prêmio Aberje, semana passada, em São Paulo.
  • O ministério da Educação desbloqueou R$ 366 milhões de universidades e institutos federais.
  • A balança comercial registrou superávit de US$ 6,67 bilhões em novembro. De janeiro a novembro a balança acumulou superávit de US$ 58,025 bilhões, 0,7% a mais que o registrado nos mesmos meses do ano passado.
  • A Receita Federal atualizou regras e alinha o controle aduaneiro com as alterações promovidas pela nova Lei de Câmbio e Capitais Internacionais. A partir de 30 deste mês, o limite de moeda em espécie passará de R$ 10 mil para US$ 10 mil.
  • Pelo texto aprovado na Câmara, pessoas físicas poderão deduzir do Imposto de Renda doações e patrocínios feitos até o ano-calendário de 2025.
  • O Supremo aprovou a revisão de toda vida de aposentadorias, decisão que atinge aposentados que entraram na Justiça para pedir o recálculo do benefício com base em todas as contribuições feitas ao longo da vida.
  • Em 2021, a ocorrência de novas infecções pelo HIV em mulheres entre 15 e 34 anos – idade reprodutiva – representou 45,6% dos casos, segundo o Ministério da Saúde
  • A Petrobras reduziu em 5,8% o preço do querosene de aviação, que representa um dos principais componentes do preço final das passagens aéreas. Redução nos preços de passagens que é bom…
  • A Gerência de Inteligência Competitiva e Mercadológica da Embratur estima que mais de 800 mil turistas estrangeiros desembarcarão no País entre dezembro de 2022 e março de 2023.