A proposta de expulsão de Silvia Letícia teria sido articulada por Araceli Lemos, titular da Secretaria de Educação, e que deverá se transformar na supersecretária da gestão Ed 50/Fotos: Divulgação-Redes Sociais.

Tendência Socialista, vinculada ao prefeito e seu grupo político, foi a única a votar favoravelmente ao mecanismo destinado a atacar a vereadora e sindicalista, acusada de usar ‘fake news bolsonaristas’.     

Ameaçada de ‘estourar’ por conta da fricção exercida nos últimos meses pela sindicalista e vereadora Silvia Letícia, a ‘bolha’ que envolve o grupo do prefeito Edmilson Rodrigues, do Psol, inflamou. Manipulada pela futura supersecretária da gestão Ed 50, ex-deputada Araceli Lemos -, a Tendência Socialista, grupo do prefeito, aprovou nota no diretório Regional do partido ameaçando Silvia Letícia de expulsão, no melhor estilo stalinista. Mas, como diz a lenda, o stalinismo nunca surpreende.

A tentativa de ‘enquadrar’ a vereadora foi engendrada depois de denúncias sobre a raquítica merenda escolar em Belém. A indignação do grupo de Edmilson se deve ao fato de que Silvia Letícia apertou o torniquete e emparedou a gestão, tanto como sindicalista e vereadora e como membro dos Conselhos de Educação e da Merenda Escolar. As denúncias repousam justamente na merenda escolar (veja o link: https://www.professorasilvialeticia.com/post/merenda-escolar-em-bel%C3%A9m-pele-gordura-frutas-vencidas-e-hortali%C3%A7as-fora-da-validade-at%C3%A9-quando)

Denúncia quase vazia

Ocorre que a proposta deu com os burros n’água, ao menos por enquanto, que a Tendência Socialista detenha 50% dos diretórios do partido no Estado. A corrente do prefeito votou sozinha na resolução: todas as demais se negaram a aprovar o conteúdo na nota.

A própria vereadora Silvia Letícia considerou a o peso político da nota ‘relativo’, tanto que se abstiveram de votar na proposição da secretária de Educação, Araceli Lemos, a vereadora Gizelle Freitas, da Bancada de Mulheres e o grupo da ex-deputada Federal Vivi Reis.

Ligações bolsonaristas

Em nota, a Executiva estadual do Psol acusa Silvia Letícia de divulgar ‘fake news bolsonaristas’ contra a gestão Ed 50, denuncia o suposto uso de imagens antigas como se fossem atuais para confundir a população e ‘criar um sentimento falso em relação à gestão’ e de ‘não estar em dia com as suas obrigações partidárias como parlamentar’, indicando à direção do partido a averiguação dos fatos para possível cassação.

“Basta de perseguição”

A reação de Silvia Letícia veio a galope, da tribuna da Câmara: “Basta de perseguição política”, disse ela, que foi surpreendida com a decisão do partido na véspera do Dia das Mães. “A data escolhida” (para atacar) “não poderia ser mais simbólica: véspera do Dia Nacional de Luta e Denúncia Contra o Racismo e antevéspera do Dia das Mães”.

Era uma vez na Câmara

Em tempo: na última segunda-feira, servidores públicos de Belém anunciaram estado de greve, depois de reunião em que representantes do prefeito Edmilson Rodrigues anunciaram que não haverá reajuste salarial na data base, bandeira que defendia na Câmara e rasgou (veja o vídeo) e acenar outras medidas contra prejudiciais ao funcionalismo.