Tido e havido como “principal operador” da Prefeitura de Parauapebas, região sudeste do Estado, o empresário Antônio Nascimento Azevedo virou peça de investigações do Ministério Público, Tribunal de Contas dos Municípios, Ministério Público de Contas, Ministério Público Federal, Controladoria Geral da União e Polícia Federal. Seu concurso, por assim dizer, foi colocado à mesa desses órgãos de fiscalização por um grupo de empresários locais incomodados com as supostas “ações e contratos” que o empresário dominaria em Parauapebas, onde aparece como dono de uma única empresa, a Águia Indústria e Comércio de Móveis Eireli, como sede à rua Júlia Barbosa, nº 5, região do Maguari, em Ananindeua, segundo denúncia encaminhada à coluna.
Uma empresa, mil negócios
O empresário é do tipo fac totum. Se diz até captador de recursos da campanha política do candidato a deputado federal Keniston Braga, do MDB. Keniston é o ex-supersecretário da gestão Lermen, tendo passagem inclusive pela Secretaria de Fazenda e Secretaria Especial de Gestão. O que se diz é que Antônio Azevedo é proprietário de direito de umas e, de fato, de outras empresas prestadoras de serviços da prefeitura, em especial as Secretarias de Obras, de Educação e do Departamento de Trânsito e Transporte. Nesse departamento, segundo as denúncias, o empresário celebrou contrato de prestação de serviço de pintura e sinalização das ruas da cidade. Teria executado 20 % da obra, mas recebeu 100%. A empresa contemplada com essa bênção foi a Neo Consult Comércio e Serviços Ltda (CNPJ 12.694.523/0001-64, de Goiânia-GO). A obra custou a bagatela de R$ 7 milhões.
Jeito agressivo de agir
Antônio Nascimento Azevedo também teria dominado contratos nas Secretarias de Obra e de Educação, causando tanta revolta a ponto de provocar nos empresários locais a iniciativa de denunciar suas ações – levando a prefeitura de roldão – aos órgãos de fiscalização. Antônio Azevedo é visto no meio empresarial como um “pioneiro” em Parauapebas, mas, dizem, seu modus operandi é muito agressivo.
Um deles é “presentear” pregoeiros e integrantes de comissões de licitação. A caminhonete Chevrolet S-10 branca, placas QDZ 3E27, que circula na cidade teria sido um “mimo” do empresário. Bem, em se tratando de Parauapebas, onde tudo parece ter como destino o Livro dos Recordes, quem, senão os órgãos de fiscalização, para saber?