Não se sabe exatamente as razões que teriam motivado o governador Helder Barbalho a operar mudanças na presidência do Banpará, mas, a julgar pelas informações obtidas pela coluna junto a fontes da própria instituição, sua excelência o governador, querendo ou não, trocou seis por meia dúzia. Não mais que isso. Nem menos; muito pelo contrário.
O que está escancarado no banco é a quantidade de contratos firmados com pessoas e empresas – supostamente “laranjas” – sem o menor zelo da gestão pela qualidade dos serviços e produtos contratados, prática cujos resultados, à falta de fiscalização imediata, devem pipocar em um futuro próximo. Funcionários de carreira colocados à margem da administração por mera conveniência política se reportam “a irregularidades por fraudes em contratos e aquisições, operações de créditos e outras praticadas por grupos de servidores estrategicamente colocados para burlar regras e leis”.
Segundo as denúncias, “as manobras são tantas que confundem a própria gestão e o controle administrativo”. A situação, observam, lembra muito o caso vivenciado pela Petrobrás – observadas as devidas proporções: o Banpará deve acusar esses golpes nos próximos resultados contábeis.
Quem dita as regras
Empresas sem nenhuma estrutura física faturam milhões em contratos e prestação de serviços de má qualidade envolvendo funcionários e empresários que drenam não só os recursos da instituição, mas também qualquer possibilidade de existência futura, como é o caso do atual Plano de Expansão, no qual políticos e empresários impõem ao banco uma trajetória suicida de investimentos em locais de nenhuma possibilidade de sustentação financeira, ao contrário da prática dos concorrentes bancários, apenas para experimentar ganhos políticos.
Sucateamento à vista
O engraçado é que toda a diretoria tem conhecimento dos fatos e nada faz para combater as práticas ilegais. Ao contrário, persegue e isola funcionários que não aderem às práticas impostas. Hoje, o ambiente interno está propício a todo tipo de oportunistas. Quanto ao futuro da instituição, avaliam, não precisa ser especialista para prever grandes turbulências, incluindo o sucateamento do banco.
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