O delegado Paulo Henrique Ribeiro (segundo da direita para a esquerda), responde pela Superintendência de Polícia do Interior-Zona do Salgado (Bragança), vinculada à Diretoria de Polícia do Interior, que tem como titular o delegado Hennison Azevedo/Fotos: Agência Pará.

É clássico: “quando os gatos se afastam, os ratos fazem a festa”. É o que acontece na Delegacia de Polícia de Bragança, subordinada à Diretoria de Polícia do Interior, cujo titular é o delegado de carreira Hennison Azevedo, segundo o site da instituição. A Delegacia de Bragança está no arco das Superintendências Regionais de Delegacia do Interior-Zona do Salgado, sob o comando do delegado Paulo Henrique Ribeiro, baseado em Castanhal, e que estaria afastado do cargo para concorrer a Câmara Federal com apoio do governador Helder Barbalho. Pois bem, em Bragança acontece o inusitado – ou por falta de coordenação e de controle administrativo ou – tomara – pela vertiginosa queda da criminalidade apontada mês a mês pela Segurança Pública do Pará.

Leitor da coluna na chamada “Pérola do Caeté” precisou registrar boletim de ocorrência na delegacia e deu com a cara na porta. Explica-se: todo santo dia, funcionários da unidade policial saem para um costumeiro “lanchinho” entre 15 horas e 17 horas – é apenas um lanche, não almoço -, deixando o prédio literalmente largado. Nesse horário, ai de quem precisar da Polícia na cidade ou ousar reclamar da precariedade do serviço: Polícia manda, cidadão obedece e ponto final.

A quem se queixar, afinal?

Ocorre que, afora as moscas, quem mais se aproveita do vazio policial durante as duas horas de lanche são, por óbvio, os ladrões. Assim, já desapareceram do prédio da delegacia bens comprados e pagos com dinheiro público que incluem aparelhos de telefone celular, notebooks desktops, sem falarem bens pessoas dos próprios funcionários. Agora pense: Bragança já não tem bispos a quem a população se queixar e, em certo horário do dia, nem Polícia para pedir socorro. Os bons entendedores entenderão.

Pará do “tudo dominado”:
crime eleitoral que só se vê por aqui

Parece terra sem lei. Sem a menor cara de pau, pré-candidatos às eleições deste ano seguem fazendo a famosa “caça ao voto” com uso escancarado da máquina do Estado, inclusive com a participação da Polícia Civil, mas sem fiscalização da Justiça Eleitoral ou do Ministério Público. A última “ação de cidadania” aconteceu no município de Bujaru, sob o comando da primeira dama de Ananindeua, Alessandra Haber, candidata a deputada federal, e do vice-prefeito do município, Eric Monteiro, candidato a deputado estadual, ambos sob a batuta do Dr. Daniel Santos, o prefeito de Ananindeua.

O pior cego é aquele que não quer ver

Ações de cidadania, que a esperteza política elegeu como forma de conquistar a confiança do eleitor incauto por tempo determinado e objetivo definido, costumam oferecer serviços que vão da médica à emissão de documentos civis, no último caso, com material comprado pelo Estado com o dinheiro do contribuinte, mas nem sempre disponíveis pelas vias normais. Têm sido largamente usadas por parlamentares como deputado e vereadores sob as barbas sedosas da Justiça Eleitoral. Um escárnio vergonhoso. 

Polícia Civil participa de ato ilegal em Bujaru/Redes Sociais.