Municípios onde prevalece o agro, a pecuária e a mineração votaram Bolsonaro no segundo turno da eleição presidencial e em duas regiões – sudeste e oeste do Pará – o sentimento divisionista para criação de Estados segue muito forte/Foto: Divulgação.

A prefeita de Oeiras do Pará, Gilma Ribeiro, e o prefeito de Cachoeira do Arari, Bambueta, municípios que compõem a região do Marajó, deram ao candidato Lula da Silva 80,1% e 79,5%, respectivamente, de votos válidos na eleição para presidente da República, recorde dentre os municípios paraenses.

Mesmo com todo o aparato oferecido pelo governador Helder Barbalho aos prefeitos, o “Sal no Bolsonaro” passou longe de municípios maiores, como Paragominas, Santarém, Castanhal e todas as regiões da agropecuária consolidada e da mineração, onde o presidente Bolsonaro obteve votação expressiva. Em Paraupebas, sudeste do Estado, por exemplo,  o presidente venceu por 83 mil contra 56 mil e, em Redenção, 32 mil por 14 mil para Lula. Em todos os municípios da Transamazônica, como Altamira, Medicilândia, Uruará e Brasil Novo, velhos redutos petistas, ocorreu o contrário.

Sonho da divisão

Uma realidade ficou bem à mostra no segundo turno das eleições: o sonho divisionista dos paraenses continua latente e as pressões para a criação do Estado do Tapajós e do Estado de Carajás continuam vivos no imaginário coletivo dessas regiões e não será com um aceno ou usinas de paz que esse clamor será calado.