Everaldo Eguchi foi denunciado por supostamente ter passado informações sigilosas que comprometeram operação da Polícia federal contra ilícitos na área de mineração do Pará/Divulgação

A desembargadora Maria do Carmo Cardoso, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, concedeu habeas corpus com pedido liminar interposto pela defesa do delegado federal Everaldo Eguchi determinando a suspensão do procedimento criminal no processo em que o candidato derrotado à Prefeitura de Belém é denunciado por supostamente passar informações sigilosas sobre a prisão de alvos nas investigações da “Operação Migrador”, desencadeada pela Polícia Federal contra malfeitos na área mineral no Pará.

Defesa denuncia agente
como “figura de esquerda”

A defesa de Eguchi, interposta pelo advogado Samir Toutenge Júnior, aponta falhas no procedimento e motivação política do agente que ofereceu a denúncia: “(o agente) é flagrantemente contra os preceitos defendidos pelo paciente enquanto político, eis que o mesmo é conservador e bolsonarista, enquanto que o agente que recebeu a denúncia é o que podemos chamar de uma figura da “Esquerda”, conforme consta em suas redes sociais e comentários em páginas online de famoso jornal brasileiro e blog”.

Tendenciosidade é mostrada
em próprio relatório da PF

Mais: destaca que “a situação é de tal sorte tendenciosa que, segundo o registro da denúncia, o suposto “denunciante” presenciou conversa entre os alvos – Marlon, Luciano e Deraldete -, nos quais se referiam à situação que originou o processo, no entanto, o primeiro estava em Goiânia, o segundo estaria em Imperatriz e Deraldete poderia estar em qualquer lugar entre Curionópolis e Parauapebas, de acordo com a própria Polícia Federal.

Polícia Federal tem novo
superintendente no Pará

A Coluna Guilherme Amado dá conta de que o delegado Fábio Marcelo Andrade, da Polícia Federal, foi escolhido pelo diretor-geral da PF, Paulo Maiurino, para ser superintendente da corporação no Pará.  Andrade, que chefiou a segurança da campanha do ex-presidente do PSC Pastor Everaldo para o Planalto em 2018 ocupou diversos cargos comissionados no Rio de Janeiro, com a bênção de Pastor Everaldo antes de o político ser preso, ano passado, pela própria PF.

Influência na gestão Witzel

No início do governo Witzel, do PSC, e no qual Everaldo tinha forte influência, o delegado foi nomeado assessor especial de Witzel. Antes, Andrade era corregedor da Secretaria de Administração Penitenciária. Fábio Andrade já passou pela Delegacia da PF no Aeroporto Galeão, pela Delegacia de Repressão à Corrupção e Crimes Financeiros e pela de Repressão a Crimes Contra o Patrimônio e ao Tráfico de Armas.

Chefe preso na “Tris in Idem”

Pastor Everaldo foi preso em agosto do ano passado, na Operação “Tris in Idem”, que também determinou o afastamento do cargo do governador Wilson Witzel. O religioso foi citado na delação premiada do ex-secretário de saúde do Rio de Janeiro Edmar Santos por causa da influência dele no Palácio Guanabara. Santos foi preso por corrupção e, segundo disse na delação, era o pastor quem mandava na saúde. Em julho deste ano, o presidente nacional do PSC teve sua prisão preventiva revogada.