Invasores chegaram para ‘terminar o serviço’ anunciado previamente e registrado em boletim de ocorrência transportando pneus que foram queimados dentro das instalações da empresa. A invasão provocou a fuga de operários que se encontravam na sede da empresa/Divulgação.

Edição de sábado, 24 e domingo, 25 de dezembro

Na antevéspera do Natal, um grupo de indígenas Tembé promoveu nova invasão em Tomé Açu, dessa vez nas instalações da agrovila da empresa Brasil BioFuels – BBF. Dias após as recentes invasões das fazendas Shinomya e Marrocos, áreas produtivas e com localização estratégica na região, o grupo invadiu a sede da empresa, ameaçou trabalhadores e deixou o local com a chegada da Polícia Militar.

Os indígenas entraram armados pela portaria da empresa em caminhonetes com cerca de dez pessoas em cada – cinco na parte interna e cinco na carroceria traseira. Os invasores incendiaram pneus e ameaçaram trabalhadores da empresa, que, assustados, saíram rapidamente da agrovila. No local, a BBF emprega mais de 1 mil trabalhadores e executa diversas obras de benfeitorias para as comunidades.

Logo após a invasão, uma equipe tática da Polícia Militar de Tomé Açu chegou ao local. Ao perceber a chegada do reforço de segurança, o grupo invasor rapidamente saiu das áreas da empresa. Ninguém foi preso. O efetivo da PM permaneceu no local fazendo entrevistas com as testemunhas e vítimas da empresa.

Invasão estava anunciada

Foi feito boletim de ocorrência e notificação à Polícia Federal. Anteriormente, no dia 20 de dezembro, a BBF, em boletim de ocorrência Nº 00481/2022.102467-8, Delegacia de Quatro Bocas, sobre a ameaça feita pelos líderes indígenas Paratê Tembé e Lúcio Tembé, de que iriam invadir a sede da empresa em Tomé Açu no dia 24 de dezembro para “aniquilar de vez a empresa”. No momento da ameaça, os indígenas tinham acabado de concluir a invasão na fazenda Marrocos.

700 BOs feitos até hoje

A empresa BBF já registrou mais de 700 boletins de ocorrência relatando os crimes praticados contra seu patrimônio, seus funcionários e contra o meio ambiente. Dezenas de ofícios já foram enviados aos órgãos municipais, estadual e federal para que possam intervir e solucionar o caso. A ameaça dos indígenas nesta nova invasão reforça o clima de terror que vivem os moradores e trabalhadores de Tomé Açu, que temem pelos seus empregos e pelas suas vidas.