A cantora Gretchen e o marido Esdras, moradores do bairro do Jurunas, onde tudo parece conspirar contra a paz do casal. Depois de curtir o final de ano fora de Belém – no vídeo, dançando na piscina de um hotel em Salinópolis -, o casal deu de cara com um veículo da PM ‘fechando’ a entrada da garagem. Deu mais uma treta/Fotos: Divulgação-Tik-tok.

A cantora Gretchen é boa, muito boa em tudo o que faz, segundo atestam sua legião de fãs Brasil afora – inclusive em Portugal e Açores – e a multidão que a segue religiosa e fervorosamente nas redes sociais.

A carioca nascida Maria Odete Brito de Miranda de Souza, artisticamente Gretchen, a “Rainha do rebolado” ou “Rainha do bumbum”, que se rendeu ao amor do bombeiro paraense Esdras e decidiu se estabelecer em Belém, tem sido vítima de faniquitos por conta de uma vizinhança que ela classifica de mal educada e hostil e que a tem colocado em situações vexatórias e desconfortáveis pelo uso inadequado, desapropriado e oportunista dos seus espaços privados, principalmente a entrada de sua garagem.

Afinal, ‘Lei é potoca”

Gretchen mora no Jurunas, bairro onde se notabilizou um político chamado Gonçalo Duarte, vereador que, de tão autêntico, se desencantou com o cargo de deputado estadual, preferindo retornar à vereança humilde – humilde àquela época, fique bem claro.

A Gonçalo Duarte se atribuem ações e palavras que povoam ainda hoje o imaginário popular paraense, ao qual se acresce o epitáfio cunhado pela não menos emblemática figura do caudilho e ex-governador General Magalhães Barata que encima alguns mecanismos legais não aplicados convenientemente, até desprezados em alguns casos, e largamente usado como peça de resistência à desordem: “Lei é potoca”.

Gretchen mereceu um quarto de página de um grande jornal da cidade depois que retornou às redes sociais com mais uma queixa, não exatamente contra a borracharia vizinha que lhe atazana a vida dia e noite, mas contra a briosa Polícia Militar do Pará. Um veículo da corporação teria estacionado em frente à entrada da garagem da cantora, que se ausentara da cidade durante as festas de fim de ano para cumprir compromissos pessoais e profissionais.  

‘Reintegração de posse’

Segundo a cantora, depois de publicar o fato e as fotos nas redes sociais como se inusitado fosse, ao cobrar a ‘reintegração de posse’ teria sido confrontada e ameaçada por um policial militar, inclusive com a exibição de arma de fogo. Não se tem em Gretchen uma figura que, no Jurunas, atende pelo nome de ‘barraqueira’, mas as cobranças disparadas contra a autoridade municipal chamam a atenção porque representam manifestação coletiva na Belém do Pará potoqueira e desavisada, para lembrar o general Barata. Quem, nesta cidade de mais de 400 anos já não teve seus direitos civis surrupiados ante a tibieza do poder público?

Só para ser ter ideia

Motoristas que trafegam pela avenida Nazaré suportam filas duplas em frente ao colégio do mesmo nome; barracas e tábuas se erguem em plena via pública restringindo o direito de ir e vir das pessoas; lojas e bares usam calçadas para estender seus negócios; a infame terceira idade tropeça e cai em ruas e praças esburacadas; academias fazem das calçadas de uso público estacionamento particular; motoristas de ônibus estacionam fora das paradas para ‘fazer um lanche rápido’ e esquecem os passageiros; ruas inteiras são ocupadas por decisão de flanelinhas zelosos, mas nem tanto… O que Gretchen não entende sobre urbanidade em Belém depois de três anos que a deixa tão furiosa – inclusive que, se precisar, a Polícia pode até confiscar seu espaço?     

Povo bonzinho, bonzinho

Não é verdade então que o paraense é dócil, humilde e receptivo a ponto de não espernear e que Gretchen está em um nível de intolerância que a coloca, não como moradora da cidade, mas como merecedora de respirar os ares de Lisboa, em Portugal, para onde pretende se mudar?

Bem feito para os administradores da cidade. Gretchen vai embora com o marido e filha para a Europa civilizada e seus fãs e seguidores continuarão aqui, sobrevivendo sob o epitáfio de Barata: “Lei é potoca”

Papo Reto

Divulgação
  • Saiu no DOL, ligado à família Barbalho, ontem: “O Ministério Público do Estado do Pará finalmente iniciou a fiscalização nas organizações sociais que gerenciam hospitais no Estado do Pará. Finalmente é ótimo.
  • Nem bem o ano começou e com novo governo federal, já triplicaram as invasões em Mosqueiro, especialmente próximo do pórtico. Chama atenção que muitos invasores têm carros.
  • Parece – só parece – que o deputado federal José Priante, do MDB, faltou à aula em que se ensina que a porta é a serventia da casa.
  • Sem querer botar lenha na fogueira, tem secretário no governo Helder Barbalho (foto) precisando ‘revalidar’ posturas e comportamentos e entender o sinal segundo o qual ‘tapinha nas costas’ ofertado pelo governador pode bem ser endereçado a outro lugar do corpo.
  • Também tem que fazer a leitura fisionômica, antes de se exibir com salamaleques e presepadas públicos para tentar agradar. Quanto o governador assiste a tudo com ‘olhar longínquo e oblíquo’, por exemplo.
  • De um leitor da coluna, de olhos na COP 2025, em Belém: com o justo e bom empenho do governador para promover o evento, como ficam os aeroportos de Belém?
  • E completa: Val-de-Cães precisa ser ampliado e modernizado e o ‘Protasio’, da Aeronáutica, está fechado para receber o Parque de Belém. Cerca de 400 jatinhos partiram do Brasil rumo ao Egito.
  • Aliás, Belém não tem um terminal para cruzeiros marítimos cujos navios são muito usados para hospedagem durante grandes eventos.
  • Pensata. O tal socialismo do Século XXI inverteu a lógica revolucionária do marxismo: já não é mais a mobilização do povo contra as instituições burguesas, mas a mobilização das instituições burguesas contra o povo.
  • Para celebrar o centenário da festividade de São Sebastião, Altamira está sendo palco de uma vasta programação turística e religiosa. 
  • A festa do santo italiano, padroeiro de Altamira, foi iniciada em 18 de dezembro, com a apresentação do Cartaz Oficial do Círio e recebimento das imagens.