Cartórios se mantêm como atividade mais bem avaliada para 76% dos entrevistados, seguido pelos Correios, com 55%. Serviço público patina na incompetência e na má vontade, deixando a população desassistida, desencantada e desiludida. Simples assim./Fotos: Divulgação.

Os cartórios brasileiros ocupam a primeira colocação nos quesitos confiança, importância e qualidade dos serviços à frente de outros 14 órgãos públicos e privados. Essa é a principal conclusão de pesquisa do Instituto Datafolha, com entrevistas com usuários do serviço em cinco cidades brasileiras – São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba e Brasília. 

A pesquisa, encomendada pela Associação de Notários e Registradores do Brasil (Anoreg e pela Confederação de Notários e Registradores (CNR), ouviu quase 1 mil homens e mulheres acima de 18 anos que utilizaram os serviços de Registro Civil, Registro de Imóveis, Registro de Títulos e Documentos e Pessoas Jurídicas, Tabelionatos de Notas e Tabelionatos de Protesto. 

Segundo a presidente da Associação dos Notários e Registradores do Pará, Moema Locatelli Belluzzo, a avaliação reflete o esforço da categoria para aprimorar os serviços, investindo principalmente em gestão e tecnologia.

Correios em segundo

A análise dos números da pesquisa também mostrou que os cartórios se mantêm como a atividade mais bem avaliada para 76% dos entrevistados, seguido pelos Correios com 55%. Já em relação a importância dos serviços prestados, a pesquisa aponta que 72% o consideram importante, em razão da segurança jurídica que oferecem aos negócios pessoais e patrimoniais das pessoas.

Cortesia e conhecimento

Quando questionados sobre a qualidade dos serviços prestados, 72% dos entrevistados estão satisfeitos na avaliação de itens como cortesia e grau de conhecimento dos atendentes, qualidade do atendimento, fornecimento de informações necessárias, organização da fila de espera, tempo de espera para ser atendido e de realização do serviço, informatização, conforto e infraestrutura do local.

Outro destaque observado no levantamento é que a maioria dos entrevistados percebeu que houve melhorias nos cartórios nos últimos dez anos, e relacionam isso à informatização do setor e à prestação de serviços eletrônicos, razão pela qual o número de idas da população aos cartórios tenha reduzido 22% em relação à última pesquisa, em 2015, já que a maior parte dos atos notariais e registrais podem ser feitos pela internet.

Serviço com segurança

O levantamento mostra ainda que a maioria dos entrevistados acredita que emissão de passaportes (57%), de documento único de identidade (66%), de registro de empresas (66%) e requerimentos previdenciários (62%) teriam melhor atendimento em cartórios. 

A população (69%) também se mostrou contrária a que as atividades prestadas pelos cartórios sejam feitas por órgãos públicos, o que, segundo os entrevistados, traria mais burocracia, dificuldade, corrupção e custos. Também se mostraram contrários a que os serviços sejam prestados pela iniciativa privada (71%), o que, segundo os participantes da pesquisa, aumentaria os custos, a insegurança e a dificuldade.

Homens e mulheres

A pesquisa aponta que a concentração do público dos Cartórios está no sexo masculino, 58%, e a média de idade é 43 anos. A maioria dos usuários possui ensino superior, 58% e, em termos de renda, 57% têm renda familiar mensal de até cinco salários mínimos. O levantamento também apontou que 57% dos usuários utilizam os serviços dos cartórios para uso próprio, 17% para alguém da família e 27% para empresas.