Servidores do Pronto-Socorro do Guamá cruzaram os braços, hospital está sem medicamentos básicos e médicos de duas Upas desistiram do trabalho por falta de pagamento. Nos quatro cantos da cidade a situação se repete, com pacientes à beira de um ataque de nervos, mas a prefeitura conta outra história/Fotos: Divulgação-Redes Sociais.

Belém está como o diabo gosta, para usar uma expressão bem popular, a começar pela área de saúde, passando pelo transporte público e a educação, incluindo a merenda escolar, até a limpeza pública. Não à toa, ontem, por volta das 20 horas, circulou a informação segundo a qual toda direção do Pronto-Socorro do Guamá caiu. Não há confirmação, até porque o prefeito Edmilson Rodrigues segue em viagem pelo exterior com seus mirabolantes planos de tornar Belém uma ‘cidade inteligente’ e seu chefe de Gabinete, Aldenor Júnior e sua partner se exibem nas redes sociais tomando banho de lama vulcânica nas cordilheiras o Chile.  

O caos começa aqui

Servidores municipais e Sindicato dos Médicos denunciam o caos instalado no Pronto-Socorro Mário Pinnoti – 14 de Março – e no Pronto Socorro do Guamá. Segundo testemunhas, faltam medicamentos e insumos básicos como gaze, esparadrapo e antibióticos. A Prefeitura de Belém afirma que o funcionamento está normal. Além dos PSMs, segue o drama nas Upas Sacramenta e Marambaia, onde médicos denunciam atraso de salários. A maior reclamação dos servidores é de que a direção do Sindisaúde, ligada ao partido do vice-prefeito, é governista e faz vista grossa para os problemas, supostamente para preservar cargos de confiança na Secretaria de Saúde.

A hora da fome

Também na rede municipal de ensino a situação é delicada. Com a entrada do inverno amazônico, cresce a preocupação do Sintepp Belém com o alagamento das escolas. A prefeitura, segundo a entidade, não tem plano de contingência que possibilite evitar alagamentos. Falta capina no entorno das escolas e limpeza de bueiros e canais. Também a coleta de lixo é irregular. O sindicato fiscaliza a situação das escolas e coleciona pedidos de providências junto a prefeitura e ao Ministério Público.

A maior reclamação de pais e responsáveis pelas crianças que estudam nas escolas municipais de Belém é de que a merenda escolar é deficitária, não atende à demanda – quando tem fruta, falta proteína, e vice versa; quando faltam os dois, as crianças são liberadas mais cedo, obrigando pais e responsáveis a saírem mais cedo do trabalho.

A visagem do BRT

Nos quatro cantos da cidade, ninguém sabe informar se o BRT de Belém está funcionando de fato. Projetado para desafogar o pesado trânsito da capital, ainda não disse a que veio e tudo continua do mesmo jeito. Enquanto isso, os empresários de ônibus não renovam a frota e seguem lucrando com um reajuste de passagem cuja justificativa foi a alta do preço dos combustíveis. 

Obras da prefeitura

Circula em grupos de um aplicativo de mensagens postagem da equipe de comunicação da prefeitura sobre os feitos da gestão. A grande reclamação é que se fala em muitos programas sociais ‘limitados’. Não se conhecem obras de infraestrutura em Mosqueiro, que está há uma semana sem coleta de lixo e capina de áreas importantes do Ariramba e Murubira.

A mesma situação se repete no Distrito do Outeiro, onde a situação é desoladora, segundo moradores da Comunidade do Fidelis. A área conhecida como Pimenta Bueno, próxima à orla, espera ação de limpeza da área para evitar alagamento que não chegou até hoje.