Roubalheira soma mais de R$ 1,2 bi no Pará e faz organização criminosa cada vez mais rica

Divulgação
Divulgação

A contratação de quatro organizações sociais para gestão de cinco hospitais regionais e quatro hospitais de campanha, através de doze contratos e respectivos termos aditivos garfaram nada mais, nada menos do que R$ 1,2 bilhão do contribuinte paraense em apenas um ano em plena pandemia, quando centenas de pessoas morriam na rede de saúde do Estado vítimas da Covid-19. A roubalheira criou uma rede criminosa devastadora e sem precedentes, permitindo aos seus integrantes a compra de móveis e imóveis, através de “laranjas” e “testas de ferro” já identificados pela Polícia Federal durante um ano de investigações, parte dela abatida hoje pela Operação Reditus, deflagrada no Pará e mais oito Estado como a fase dois  da Operação S.O.S, de setembro do ano passado.

Quem avisa amigo é

Desde abril deste ano, a coluna vem apontando, com base em fontes seguras, significativo aumento de negócios envolvendo compra ou arrendamento de fazendas na região de Paragominas, rebanhos inteiros, carros de luxo, aviões e apartamentos. Hoje, a PF amanheceu cumprindo mandados de busca e apreensão justamente em Paragominas, mas também em condomínio de luxo em Belém, onde os sinais de gastos de dinheiros repassados pelo governo federal para o combate à pandemia são muito claros. Até o final desta edição, a PF não havia dado maiores informações sobre o resultado da operação.

Alça de mira

Uma das organizações sociais investigadas é a Associação da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Pacaembu, responsável pela administração do Hospital Abelardo Santos, em Icoaraci, região da Grande Belém, de 2019 a 2020. Em Paragominas, o alvo da operação atende pelo nome de Nicolas André Tsontakis, considerado pela PF “operador” e “lobista”, preso ano passado e que cumpre prisão domiciliar que estaria mais para dolce far niente.

O tamanho do rombo

No caso do Pará, os recursos desviados somam quase R$ 500 milhões, correspondentes a repasses ao governo do Pará para a gestão de contratos com OS envolvendo o Hospital Público Geral de Castelo dos Sonhos, em Itaituba;, Hospital de Campanha de Santarém; Hospital de Campanha de Breves; Hospital Regional Abelardo Santos; Hospital de Campanha de Belém; Hospital de Campanha de Marabá; Hospital Público Regional de Castanhal; Hospital Público Geral de Castelo dos Sonhos;, e Hospital Regional dos Caetés.

Notícias relacionadas em colunaolavodutra.com.br

Justiça pede bloqueio dos bens de Helder Barbalho e de mais dez envolvidos, 15 de abril, 2021

No Pará, terra de cegos, quem tem um olho é mentiroso. Ou rei, 18 de abril, 2021

Sespa não sabe (ou não quer dizer) destino final dos respiradores, 18 de abril, 2021

Governo do Pará aponta como gastou mais de R$ 200 mi do governo federal, 21 de abril, 2021

MP já tem elementos para identificar (ou não) parede falsa no “Abelardo Santos”, 26 de abril, 2021

PF rastreia Ford Mustang dado em pagamento de terras na região de Paragominas, 11 de maio, 2021

Sub-Procuradora-Geral da República abre caminho para o indiciamento de Helder, 14 de maio, 2021

Café gelado

Após manifestação contrária da Associação dos Delegados de Polícia Civil quanto aos critérios nada objetivos de promoção dos servidores da Polícia Civil, o governador Hélder Barbalho cancelou o “Café da Manhã” com os representantes das entidades representativas dos delegados que estava marcada para a manhã de hoje. A lista de promoções de Helder incluiu o ex-delegado-geral da Polícia Civil Alberto Teixeira, envolvido em denúncias de corrupção na compra de álcool gel superfaturado.

Mesa reservada

Delegado Caveira usou a tribuna da Assembleia Legislativa, hoje, para contraditar a forma e os critérios sobre como pessoas ligadas ao governo foram promovidas sem o cumprimento dos ditames estabelecidos na Lei 022/94, o que ocasionou revolta entre a categoria, que promete ingressar com as ações judiciais.  Ao que parece, Hélder prefere tomar café com os agentes da PF a se reunir  com os delegados de Polícia do Estado.

Aviso prévio

Coincidência ou não, o governador Helder Barbalho cancelou a reunião com os delegados da Polícia Civil às vésperas da deflagração da operação da Polícia Federal denominada “Reditus”, na qual foram cumpridos 95 mandados de busca e apreensão e 60 mandados de prisão em oito Estados, tendo o Estado do Pará como epicentro das investigações. Detalhe: há fortes rumores de que o governador foi avisado previamente da operação. Bem, Helder tem dois delegados e dois agentes da Polícia Federal trabalhando no governo.

Cadê o governador?

Até o final da manhã, a Secretaria de Comunicação do governo não conhecia a agenda do governador Helder Barbalho, que, na terça à noite, assinou lei tornando a Convenção Interestadual de Ministros e Igrejas Evangélicas Assembleias de Deus patrimônio cultural de natureza material e imaterial do Pará. A assinatura ocorreu durante a comemoração dos 100 anos da Convenção, que ficou de receber o presidente Jair Bolsonaro no final da tarde de hoje, mas também não sabia se contaria com a presença do governador do Pará.

Deu chabu no IR

Por falta de acordo entre líderes, a Câmara adiou para a semana que vem a análise do projeto do Imposto de Renda. Pouco antes, o presidente da Câmara, Arthur Lira, sinalizou em coletiva que não havia maioria nesta terça-feira para aprovar a matéria. O adiamento da votação do IR é revés para o presidente da Câmara, Arthur Lira, que tentava colocar a matéria em votação, e para o ministro da Economia, Paulo Guedes, que dias atrás declarou que a proposta tinha sustentação política e texto equilibrado. Estados e municípios querem mais R$ 18 bilhões para a aprovação da Reforma do IR, o que faz com que integrantes da pasta de Guedes afirmem que o projeto já “não se paga”.

Divulgação
  • Ex-secretário de Esporte, ex-diretor de Pesca e ex-quase-futuro secretário de Agricultura, o bispo Arlindo Silva (foto), do PRB, é o novo secretário de Segurança de Ananindeua.  A isso se dá o nome de polivalência universal
  • A OAB do Pará acaba de lançar o que chama de maior programa de qualificação profissional da sua história. A entidade dará 500 bolsas de estudos integrais de pós-graduação “Lato Sensu” em Advocacia Cível.
  • Aliás, a Ordem reinaugurou, semana passada, a sede da subseção de Ananindeua. Na ocasião, Alberto Campos recebeu decreto da prefeitura local que desapropriou e cedeu o terreno para a ampliação da sede da instituição.
  • O Sicoob aponta crescimento de quase 50% na sua carteira de crédito para pessoas jurídicas. O saldo, que era de R$ 31,3 bilhões em julho de 2020, chegou a R$ 45,9 bilhões em julho de 2021.
  • Em Mosqueiro, poda de árvores é recorrente tanto quando o abandono da galhada nas ruas por parte da agência distrital, como na avenida Beira Mar, nem Porto Arthur.
  • Entre os governadores que hipotecaram solidariedade ao STF por conta do imbróglio com o presidente Bolsonaro 14 estão envolvidos em denúncias de desvios de dinheiro da saúde.
  • E, pela coincidência dos fatos, bom lembrar que a Suprema Corte, através da ministra Rosa Weber, decidiu que os governadores não podem depor na CPI da Covid.
  • Acredite se quiser: a TAP vem cobrando quase R$ 100 por cada quilo excedente nas bagagens de voos internacionais. Se isso não é assalto…
  • Aliás, a voadora portuguesa se dá ao luxo de cancelar partidas em razão de pouca demanda, aglutinando passageiros em dias posteriores.
  • Apesar dos conflitos institucionais, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, tem conversado com interlocutores militares que garantem que não há ameaça à democracia.
  • Pacheco enviou ofício ao presidente Jair Bolsonaro pedindo que desconsidere mudanças feitas pelos deputados na medida provisória que flexibiliza a legislação trabalhista, sinalizando possível entrave à pauta econômica.
  • Apoiadores de Bolsonaro devem se manifestar durante o Dia de Independência, em 7 de setembro. O cantor Sergio Reis divulgou vídeo defendendo greve dos caminhoneiros, mas analistas consideram baixas as chances de grande adesão ao movimento.