Nem tudo é o que parece ser na Polícia Montada do Pará, que recentemente se envolveu em violenta ação contra torcedores na saída do Estádio Mangueirão: militares se queixam de carga de trabalho excessiva e cobrança de produtividade/Fotos: Divulgação.

Policiais se dizem “sob estresse, humilhados, ameaçados e coagidos,  trabalhando em condições extremas e insalubres, mas comandante da corporação” é quem acusa, tipifica a punição e manda julgar segundo o próprio juízo”.

Integrantes da Cavalaria da Polícia Militar do Estado publicaram nas redes sociais, semana passada, um apelo dramático. Sob o título “Salvem a Cavalaria…”, acusam o comandante da corporação, coronel Maiquel, de abusos que envolveriam “humilhações, constrangimentos e coação” jamais vistos, com reflexos diretos no “psicológico do policial”.

Segundo a publicação, a situação gera “maior carga de estresse nos serviços”, e aponta o episódio envolvendo uma das abordagens policiais ocorridas recentemente no Mangueirão, após o jogo Remo x Caeté. O documento sugere que medidas simples, mas não adotadas pelo comando da corporação, poderiam ter evitado a ação violenta dos policiais, que agiram pressionados pela “alta demanda de serviços e pela pressão por maior produtividade”.

“Senso de julgamento”

As denúncias atribuem ao coronel Maiquel a “distribuição de punições definidas apenas pelo seu senso de julgamento – dele e seu subcomandante, major Gilberto, destacam -, determinando como devem ser apuradas as supostas transgressões e definindo quem irá conduzir o procedimento, através administrativo ou militar”.

O resultado, segundo relata o documento, “sempre acaba em punição, com descontos em contracheque, suspensão ou escalas absurdas”, como a convocação ao trabalho extra em dia de folga por suposta necessidade de serviço, às vezes por três dias consecutivos e com apenas 24 horas de descanso. Segundo os militares, “trata-se de uma situação de sacrifício para quem trabalha com animais de grande porte, como cavalos”.

Sem tempo para descanso

 “A tropa não tem um minuto de descanso: somos sempre os primeiros a entrar e os últimos a sair de qualquer evento, exaustos, estressados e sob ameaças, e ainda por cima obrigados a usar o poncho – material que serve como capa de chuva da polícia montada -, que dificulta a possibilidade de reação frente a ameaças, pois limita os movimentos até mesmo para sacar a arma livremente, caso necessário”, relatam.

Não bastasse, os militares apontam um fator considerado crítico no trabalho; o serviço na baia dos animais, local altamente insalubre, onde é recorrente o aparecimento de pombos mortos pela convivência com os animais, onde se alimentam das fezes.

MP não se manifestou

Segundo os relatos, já houve casos constatados de militares que adoeceram por conta do contínuo trabalho nesse ambiente insalubre, inclusive com pedido de terceirização do serviço por empresa especializada ou voluntários, mas o comando não deu ouvidos. Conforme o documento, o pedido de providências dirigido ao Militar do Ministério Público também continua sem resposta.

A coluna não conseguiu contato com o comando da corporação, mas está aberta a esclarecimentos por parte da Polícia Militar.

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Papo Reto

Divulgação
  • Leitor da coluna em Garrafão do Norte, nordeste do Pará, avalia que a equipe de marketing da prefeita Edilma Alves, do PSB (foto), “só mostra coisas boas”, mas o município tem muitas pontes intrafegáveis.
  • Sem falar que merenda escolar é produto em extinção nas escolas do município, inclusive naquela para a qual um grupo de estudantes tentou abrir caminho carregando e assentando pedras na buraqueira.
  • As ‘coisas boas’ da equipe de marketing estão representadas por duas filhas da prefeita trabalhando na gestão: uma é enfermeira, mas é secretária de Finanças.
  • A outra é médica veterinária e secretária de Transportes. Além das duas filhas, a prefeita tem onze vereadores de estimação, pois nada fazem; muito pelo contrário, fazem que não veem.
  • O governo português expressou interesse em “estreitar laços” e colaborar para um “acolhimento digno aos imigrantes saídos do Brasil”.
  • Seis mil indígenas são esperados em Brasília para o Acampamento Terra Livre, cujo tema destaca a importância da demarcação de terras.
  • Porca deu à luz a 41 leitões em Faxinal dos Guedes, Santa Catarina, após uma superovulação e ter mantido todos os embriões no momento da inseminação.
  • A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária desenvolveu técnicas que buscam fazer o Brasil autossuficiente na produção de trigo nos próximos anos, através do aprimoramento do plantio.