Sem alarde: informações do próprio mercado de peixe apontam que até 80% do pescado nativo consumido no Pará provém da clandestinidade, portanto, não passa por controle. A situação se agrava no interior, onde casos de ‘Urina preta” seguem avançando/Fotos: Divulgação.

A pergunta é: quando o governo do Estado assumirá, de fato, por meio da Vigilância Sanitária e da Adepará, a responsabilidade pelo que vem acontecendo no caso do pescado clandestino consumido pela população paraense? A morte do ex-prefeito de Mocajuba Benedito Cunha, contaminado pela toxina da ‘Urina preta’, assim como os demais casos já notificados inclusive no município de Cametá, deveriam servir de alerta final em favor da prevenção de tragédias desse tipo.

A suposta omissão e a inoperância da Vigilância Sanitária precisam ter um basta, uma vez que, pelo que se diz, 80% do pescado consumido na Região Metropolitana de Belém e mesmo em alguns municípios do Estado oferece risco à saúde pública por falta de inspeção sanitária.

Portaria é letra morta

A morte do ex-prefeito, na madrugada de ontem, em Belém, após ser contaminado com a toxina, reforça alerta de um conhecido profissional de saúde pública, que assegura ser a doença favorecida pela criminosa falta de controle sanitário dos peixes nativos que desembarcam diariamente em portos, supermercados e entrepostos e vendidos sem passar por qualquer tipo de controle, como manda a Portaria 1 da Adepara.  “A doença está mais viva e presente do que nunca no Pará e, se nada for feito, certamente fará novas vítimas” – diz o médico.

Estima-se que 70% a 80% do pescado consumido no estado não passam por qualquer tipo de inspeção, expondo a população a riscos.

Sespa esclarece casos

A Secretaria de Saúde do Estado informa que não existe exame específico para o diagnóstico da Síndrome de Haff, popularmente conhecida como ‘Doença da urina preta’, cujos casos de internações em alguns municípios paraenses por suspeita de sintomas que se assemelham à doença são atribuídos ao consumo de peixe. Até o momento, não há confirmação de casos positivos da doença no Pará. 

Doença no Estado

Segundo a Secretaria foram notificados 60 casos suspeitos da Doença de Haff no Estado. O município de Santarém, oeste do Pará, seria o recordista no número de pacientes com sintomas da doença com 42 notificações. Outros registros: Cametá (4), Mocajuba (4), Breves (3), Óbidos (3), Mojuí dos Campos (2), Monte Alegre e Terra Santa (Com informações do EstadoNet). 

Papo Reto

Divulgação
  • Tem coroinha da ‘melhor idade’ em Belém se queixando ao bispo sobre as informações da coluna acerca dos desmandos na Diocese de Bragança. Melhor seria se queixar ao Papa.
  • Representantes da Pastoral da Juventude de paróquias da capital prometem exibir faixas durante a procissão reafirmando que o Círio de Nazaré é uma manifestação religiosa da Igreja Católica.
  • Qualquer semelhante com reação à destrambelhada declaração do prefeito Edmilson Rodrigues (foto) – ‘o Círio não é da Igreja…-’ não será mera coincidência.
  • O delegado-geral da Polícia Civil do Pará, Walter Rezende, participou de reunião no TSE sobre o planejamento das eleições.
  • Deve ter omitido do ministro Alexandre de Moraes que, como todo o Sistema de Segurança Pública, vestiu literalmente a camisa da reeleição do governador.
  • A favor do delegado e de quem mais responde pela Segurança Pública é que a oposição no Pará é boazinha e o MP Eleitoral anda muito ocupado.
  • É muito complicado trafegar na Doca com Antônio Barreto entre 18 horas e 21 horas, tal a quantidade de agitadores de bandeiras e bandeirolas de candidatos atrapalhando o trânsito.
  • Aliás, na rua São Francisco, entre Avertano Rocha e João Diogo, quarteirão que fica ao lado da sede do TRE e de instalações do Exército, surgiu um estacionamento praticamente no meio da rua.
  • Coincidência ou não, o mesmo acontece ao lado da sede do MP, à Ângelo Custódio, nesse caso, com vagas exclusivas para o parquet. Outro estacionamento irregular toma meio quarteirão da travessa São Francisco.
  • O Caixaparah promove neste domingo a tradicional celebração de Santa Missa relacionada ao Círio de Nossa Senhora de Nazaré. A programação católica foi interrompida por dois anos em razão da pandemia.