Como jogo para a plateia, funcionou apenas para os “atores” – o governador Helder Barbalho e o diretor-geral da Polícia Científica do Pará, Celso Mascarenhas. Quanto à plateia para o qual foi dirigido, o vídeo que correu as redes sociais em dezembro do ano passado, no qual o governador prometia conceder aumento de 25% aos peritos criminais para janeiro deste ano – em valores bem menos às promessas anteriores -, restou comer pipocas até hoje, chegando ao ponto de indigestão. Foi mais uma “potoca oficial”.
Na prática, a fala do governador, que aparecia em vídeo ao lado de Celso Mascarenhas, garantiu a suspensão de um protesto “brando” dos peritos criminais – afinal, por que prejudicar todo o sistema pericial do Estado se a promessas apontavam janeiro como o prazo de pagamento?
Ocorre que o dinheiro não saiu no mês previsto e, a menos de seis dias do final de fevereiro – e um feriadão atravessado de carnaval -, nem se fala nele, o que leva os peritos criminais a um arrependimento de dar dó, ante o fato de que “o dinheiro sempre fala mais alto”, e à reflexão de que melhor teria sido, em dezembro, potencializar o protesto a ponto de exibir ao distinto público a grande quantidade de cadáveres, vítimas da criminalidade e outros haveres que o Estado teima em envernizar com falsas promessas,
Diretor confirma benefício
Servidores do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves fizeram uma paralisação por 24 horas das atividades em todas as unidades do Pará. A categoria aponta ter o pior salário da região e cobra reposição, além de realinhamento das remunerações. Em Castanhal, região nordeste do Estado, houve protesto. Os manifestantes eram peritos oficiais e auxiliares de perícias.
Além do reajuste salarial, a categoria também cobra pagamento de plantões, progressão salarial, porte de arma e gratuidade no transporte intermunicipal. Em nota, a direção do CPC Renato Chaves afirma que “o governo do Estado concedeu aumento salarial de 25% não apenas aos peritos criminais, mas também aos demais servidores do órgão, no último dia 4 de dezembro”(Com informações do g-1).
Promessas a policiais militares
vêm desde antes da eleição
O governador Helder Barbalho também se destaca no cenário político e administrativo justamente por fazer promessas aos integrantes do Sistema de Segurança Pública e não cumprir. E não é de hoje – vêm de quando ainda era candidato ao governo, lá pelos idos de 2018, conforme se vê no “Termo de compromisso” publicado acima. Àquela altura, o caso envolvia reivindicação da Associação dos Ex-militares e Militares do Estado. A entidade reclamava de casos de ilegalidades na esfera administrativa que ensejaram a exclusão de policiais do Corpo de Bombeiros e Polícia militar, ao que Helder respondeu prontamente – aliás, fez de conta que respondeu, porque nada fez até hoje. Mais de 40 policiais foram afastados da caserna e, em vez de reintegrá-los, o governador tentou emplacar policiais temporários nas corporações enviando projeto à Assembleia Legislativa. A proposta foi engavetada pelo escândalo que representou.