Em assembleia com muitos votos contrários e abstenções, categoria se antecipa aos funcionários, que devem decidir amanhã, e se atira em um movimento considerado “insano”, levando a Reitoria do professor Emanuel Tourinho de roldão. Para muitos estudantes, a paralisação representa o fim da jornada universitária/Fotos: Divulgação-Redes Sociais-Whatsapp.

A associação que reúne os professores da UFPA, também conhecida pelo nome de Adufpa, largou na frente ao decidir entrar em greve a partir da próxima segunda-feira 6.  Outro sindicato,  o dos funcionários, e o Diretório Central dos Estudantes devem resolver a questão amanhã, terça.

Com reduzido número de participantes, muitos votos contrários e abstenções, a decisão dos professores vai contra todos os indicadores da realidade, e empurra a alquebrada Universidade para uma aventura temerária e incerta: uma paralisação que poderá ser épica e histórica e  com duração incerta, sob o silêncio e a imobilidade conveniente da Reitoria do magnífico professor Emanuel Tourinho e seus 300. O que é dado como certo mesmo é  a interrupção do pagamento de salários

O ano que não começou

A associação sequer tomou conhecimento – ou fez que não tomou – de quantos prejuízos insanáveis vão sobrevir desse movimento: alunos deverão retornar para suas origens por não haver condições de permanecer em Belém e para muitos será o final da jornada universitária. Sem falar que os alunos do curso de Medicina, por exemplo,  juntando esta paralisação e dois anos ou mais greve de pandemia  levarão longos oito, senão dez anos até a formatura.

A greve dos insensatos

Muitas  unidades de gestão estão fazendo assembleias – às quais a soberba associação se recusa a comparecer -, para repudiar o que consideram “a greve dos insensatos”, havendo inclusive a possibilidade de judicialização do movimento.  Serão questionados pontos tais como a falta de legitimidade, uma vez que não houve votação eletrônica para consultar os 3 mil docentes,  tampouco posição clara sobre as negociações com o governo federal acerca do reajuste salarial.  Tudo leva a crer que será uma paralisação com selo de política partidária.