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Desvios de dinheiros públicos também
são contabilizados na tabela de pesos e medidas

Dia 14 de setembro, de 2021, 8:32 horas

Os professores da rede pública do Pará que vivem a expectativa de receber o piso salarial tiveram pequeno alento, 15 dias atrás, ante um inflamado discurso do governador Helder Barbalho. Alto e em bom tom, como é seu estilo, Helder disse que gostaria de ser recebido, em nova visita ao município, com faixas do tipo “Obrigado, Helder por pagar nosso piso salarial”. Até agora, o dito está pelo não dito, mas, na mesma oportunidade, o governador destacou que o pagamento do piso irá representar custo de R$ 700 milhões por ano aos cofres do Estado – informação que remete à noção de que o benefício representa um peso significativo nas contas públicas, ou que somente ele, Helder, será capaz de honrar esse compromisso. São dois pesos, portanto: o valor da conta e o valor da ação do governador.

A medida do peso

Chama a atenção nesse cenário apresentado pelo governador o tamanho dos desvios perpetrados pela chamada Máfia das OS envolvendo recursos federais destinados ao enfrentamento da pandemia no Pará e motivo de seguidas operações da Polícia Federal, inclusive com sérios danos à figura e à própria carreira do chefe do Executivo. Atribui-se às organizações criminosas, onde se destaca o operador e lobista Nicolas André Tsontakis, o desvio de R$ 450 milhões dos cofres públicos, em plena pandemia, correspondentes a mais da metade do valor que Helder Barbalho terá que desembolsar para pagar o piso dos professores, perda que, diga-se de passagem, nunca se viu o governador lamentar, denunciar ou condenar.