Última quarta-feira, por volta das 17 horas. O trânsito seguia, como sempre, frenético e nervoso na rua João Balbi, esquina com Generalíssimo Deodoro, precisamente em frente ao número 610, onde uma empresa de engenharia de grande porte constrói um prédio residencial de alto padrão em Belém.
Dois caminhões do tipo betoneiras operam a todo vapor, enquanto motoristas aguardam o semáforo abrir, de olho no ponto futuro, nos compromissos a seguir, no horário. De repente, um dos caminhões jorra concreto, cimento e pedras para o alto, atingindo aproximadamente dez veículos ao redor. Foi um Deus-nos-acuda, mas, tudo que sobre, desce.
Não havia agentes de trânsito, nem segurança privada fiscalizando a operação executada praticamente em via pública. Ninguém por testemunha, a não ser os transeuntes e curiosos de plantão, desses que largam tudo para apreciar o trabalho alheio, às vezes apostando no pior.
‘Chuva de cimento’
Uma das vítimas conta que estava dentro do carro quando começou a ‘chover cimento e pedras’. O pânico foi geral: vidros dos carros quebrados e danificados. Por sorte, ninguém saiu ferido.
Exercício de paciência
Passada a tempestade – perdão -, depois da ‘chuva de cimento e pedras, a empresa de concretagem se responsabilizou em arcar com os danos sofridos pelos veículos, mas, as 48 horas ou mais que se seguiram ao episódio têm sido um exercício de paciência e preocupação. Nenhuma das vítimas do acidente foi chamada para iniciar o reparo nos veículos, nem mesmo para se livrar do peso do concreto sobre os carros.
‘Santo de concreto’
Pedestres e pessoas que passavam no local se assustaram com a proporção da ocorrência e ante a visão de carros foram literalmente ‘cimentados’. A empresa de engenharia de grande porte responsável pela obra se limitou a informar a alguns proprietários de veículos atingidos que o acidente é de responsabilidade da prestadora do serviço.
E segue o andor que o ‘santo é de concreto’, não ‘de barro’.