Após dois anos em formatos diferentes e restrições impostas pela pandemia, neste ano, a edição da maior festa católica do Brasil, o Círio de Nazaré, retorna com toda a sua tradição. Ao longo desses dois anos de interrupção, nunca faltou fé, beleza e devoção, mas o cenário econômico é bem diferente dos últimos três anos.
Importante resgatar que, até 2019, turistas estrangeiros eram mais de 80 mil, que injetaram cerca de R$ 120 milhões na economia, movimentando bares, hotéis e restaurantes, que compõem o portfólio turístico da cidade. Estudos do Dieese à época apontam que na quadra nazarena, setores como serviços – com destaque para as atividades do turismo -, comércio, indústria e agropecuária, os mais demandados, giraram a roda economia interligados à base de R$ 1 bilhão.
Reflexos da conjuntura
Neste Círio, mesmo com afrouxamento da pandemia, ainda restam os reflexos de uma conjuntura impactada por dois anos de restrições, desemprego elevado, juros altos, inflação forte, retomada lenta, queda na renda e milhões de pessoas no mapa da fome, cenário tangenciado por consequências e incertezas por conta da Guerra na Ucrânia.
50 mil visitantes ou mais
Embora o cenário econômico não seja dos melhores, ainda assim a grande festa deverá movimentar a economia. Estudos mais recentes produzidos pelo Dieese-Setur estimam que neste ano são esperados cerca de 50 mil turistas em Belém, injetando cerca de R$ 100 milhões na economia. As expectativas de superação desses números, segundo o Dieese, esbarram na alta dos preços das passagens aéreas, de 100%, custos de hospedagem e da alimentação – o chamado ‘custo romeiro’, bem superior ao registrado em 2019. A inflação dos últimos 12 meses gira em torno de 9%, sem falar na redução da renda, perda de emprego, falta de reajuste salarial e inadimplência recorde.