Quatro oficiais, segundo publicação do Diário Oficial, são transferidos da região metropolitana para cidades do interior do Estado pela ação supostamente condescendente contra protestos de uma semana  por conta do resultado das eleições presidenciais/Fotos: Divulgação.

Em uma sequência de canetadas, o chefe do Estado Maior da Polícia Militar do Pará, coronel Marcelo Botelho, sacramentou a transferência de policiais militares da Rotam para os ‘cafundós do Judas’, como se diz, que não aceitaram entrar em confronto com os manifestantes que ocupam trecho da avenida Almirante Barroso, em frente ao Batalhão de Infantaria de Selva do Exército, o 2º Bis, desde a divulgação do resultado do segundo turno das eleições presidenciais. As portarias foram publicadas na edição de ontem do Diário Oficial do Estado.  

Ameaça de fechamento

As manifestações correm por conta da derrota do presidente Jair Bolsonaro para o candidato do PT, o ex-presidente Lula, e se repetem, desde a divulgação do resultado das eleições, em diversos Estados brasileiros.

Ontem, durante o dia e à noite, os comentários entre os manifestantes davam conta do recrudescimento dos protestos, hoje, por conta da divulgação de relatório apontando supostas fraudes no pleito, o que especialista brasileiros refutam. Um deles, ouvido pela coluna, em Belém, garante que a narrativa de fraude não faz qualquer sentido, considerando que no universo de urnas tanto em favor de Lula, quanto em favor de Bolsonaro, os números seriam ‘insignificantes’.

Para os cafundós do Judas

Discussões à parte, o alto comando da Polícia Militar decidiu reagir à suposta insubordinação de oficiais que não teriam agido conforme o protocolo para dispersar as manifestações, transferindo, ‘por necessidade de serviço’, de Belém para Santana do Araguaia, no sudeste do Estado, o 3º sargento Jussiê Alves Brito; 2º sargento Edemberg Quemer Costa da Mota, para Óbidos, oeste do Para; 3º sargento Luciano Silva da Silva para Moju, região do Tocantins; e o 2º sargento Márcio Jorge Furtado para Anapu, região oeste do Estado.

Papo Reto

Divulgação
  • Então, pelo andar da carruagem, fica combinado assim: líderes do PT interessados em ocupar cargo federal no Pará no governo Lula devem encaminhar currículos para avaliação ao Palácio dos Despachos.
  • O destinatário atende pelo nome de Helder Barbalho (foto), governador do Estado com plenos poderes para dizer sim ou não aos interessados.
  • Bateu a rebeldia na Secretaria da Fazenda por conta da caça às bruxas, isto é, a suposta exoneração de agentes do Fisco que, ou não se empenharam para eleger Lula, ou se empenharam para eleger Bolsonaro.
  • Aliás, no grupo RBA, de propriedade da família do governador, todos acreditam que a vitória de Lula é garantia para a manutenção das ondas da Rádio Clube, exatamente por causa da penetração no interior.
  • Talvez só no Basa o novo governo federal não mexa. Valdeci Tose, presidente, é funcionário da casa, veio de Rondônia, embora seja capixaba, foi nomeado por Dilma e mantido por Temer e Bolsonaro.
  • Sem querer jogar lenha na fogueira: o atual conselheiro do TCE, Fernando Ribeiro, foi indicado em menos de sete dias para a vaga aberta com a morte do conselheiro André Dias.
  • A vaga aberta com a aposentadoria do conselheiro Nelson Chaves completa um aninho e nada de nomeação de quem quer que seja para o cargo.
  • Parece estranho; e é. Nem mesmo a vacância foi comunicada à Assembleia Legislativa do Estado, dona da vaga que, a partir de fevereiro, terá outra composição.
  • Para encerrar o assunto, por enquanto: a lista de prováveis ocupantes da vaga, onde antes o nome mais evidente era a da ex-deputada Ann Pontes, mulher do ex-chefe da Casa Civil do governo Parsifal Pontes, ganhou mais dois candidatos.
  • O atual chefe de Gabinete do governador, Carlos Kayath e o do deputado reeleito Chicão Melo, mas Parsifal Pontes continua vivinho da silva.