A cerimônia de posse do novo bispo auxiliar da Diocese de Bragança, Dom Possidônio da Mata, neste sábado, sofreu uma reviravolta, para desconforto dos desafetos do religioso encastelados em alguns segmentos da Igreja no Pará. O que seria simples missa reservada a familiares e convidados de Dom Possidônio, será um ato mais solene, aberto ao público católico da região, no Ginásio de Esportes Dom Eliseu Corolli, com toda a pompa e circunstância que os rituais exigem e o bispo merece e, principalmente, em respeito aos fieis. A ordem, por óbvio, veio de cima, provavelmente da Nunciatura Apostólica – e, como se sabe, manda quem pode, obedece quem tem juízo.
Se bem andou, Dom Possidônio seguiu na tarde de hoje para Bragança, região nordeste do Estado, onde irá aguardar o Núncio Apostólico, Dom Giambattista Diquattro e outras autoridades da Igreja Católica. O governador Helder Barbalho ainda não confirmou, mas também deve prestigiar o evento, previsto para começar a partir das 16 horas.
Crise de governança
divide religiosas na Congregação
A crise que envolve a governança da Diocese de Bragança e que levou inclusive à intervenção direta do Papa Francisco, nomeando como bispo auxiliar – com direito à sucessão – o bondoso monsenhor Raimundo Possidônio Carrera da Mata, parece não ter fim, e agora está se espalhando colateralmente a instituições do entorno.
É o caso da Congregação das Missionárias de Santa Teresinha, fundada há 60 anos por Dom Eliseu Corolli, bispo da então Prelazia do Guamá, para dar suporte à atuação missionaria dos padres barnabitas. Ocorre que a Congregação está dividida quanto a um assunto crucial: a permanência da freira Estelina Oliveira à frente da direção do Hospital Santo Antônio Maria Zacaria, que ela dirige há 35 anos. Uma parte das freiras – principalmente as mais novas, incluindo a atual Madre Superiora, Irmã Margarida Pantoja -, defende o imediato afastamento de Irmã Estelina Oliveira do cargo, enquanto as mais idosas querem manter a situação como está, não exatamente para ver como é que fica.
Pelo sim, pelo não, padece a imagem pública da diocese e da congregação frente ao povo católico, que está atônito ante tamanho “estado de coisas”.