A Defensoria Pública do Pará promoveu grande ação social no último sábado reunindo milhares de pessoas na Arena Guilherme Paraense, o Mangueirinho, na avenida Augusto Montenegro. A perspectiva de multidão e, claro, de votos, atraiu o governador Helder Barbalho, estranhamente sem a multidão de políticos que sempre o cercam nesses eventos. Nem mesmo o deputado Chicão Melo, vice-governador eventual e presidente da Assembleia Legislativa, acompanhou Helder.
Como a ação careceu de mais organização e estava bem dispersa, o governador encontrou, ao chegar, por volta de 9h30, um Mangueirinho com aspecto vazio na parte interna, a refrigerada. Apesar do palanque montado na quadra, Helder evitou falar – apenas acenou para as poucas pessoas que estavam do lado de dentro e assinou a posse do defensor João Paulo Ledo, reconduzido ao cargo por aclamação de seus pares.
Falhas da entrada à saída
Embora com serviços importantes, a ação careceu de organização. Depois de enfrentar filas imensas, que davam boas voltas em torno do ginásio, as senhas não foram distribuídas no primeiro portão, e entre este e o segundo acesso, onde estavam as senhas, muitas pessoas que chegaram cedo acabaram ficando para trás. Mas, o mais grave mesmo foi o atendimento. Enquanto os serviços jurídicos ofertados pela Defensoria estavam sendo bem conduzidos, o único serviço oferecido diretamente pelo governador, a emissão de documentos, foi uma calamidade.
Até a Polícia se atrapalhou
Na véspera, os funcionários da Polícia Civil escalados para a ação já souberam que não teriam lá, conectado, o sistema de identificação para agilizar as mais de mil carteiras de identidade ofertadas na ação. Mas como a ação já estava confirmada, assim como a presença do governador, o trabalho da identificação começou sem sistema, que só foi disponibilizado por volta de 10h30, quando as informações coletadas para as carteiras de identidade começaram a ser digitadas.
Mais de 10 horas de espera
As primeiras entregas de identidade começaram às 11h30, já com uma aglomeração de pessoas em torno das mesas da Polícia Civil, impacientes e com toda razão, já que algumas que chegaram às 7 horas e planejavam ir embora às 12 ou 13 horas amargaram espera de mais de dez horas. Os últimos a pegar o documento saíram do Mangueirinho quando a noite caía.
Os trabalhadores escalados que também contavam ir para casa às 14 horas também passaram pela imposição das horas extras não combinadas. Nessa história, até a Equatorial Energia se saiu muito melhor, com uma equipe organizada e atendimentos sem tumulto. O evento faz alusão ao Dia da Defensoria Pública, da Defensora e Defensor Público, celebrado em 19 de maio.
No Pará refém do medo,
governador dança carimbó
Enquanto o Pará seguia refém do medo, na última sexta, Helder Barbalho dançava carimbó em Santana do Araguaia, sul do Estado, festejando a promessa de liberação de R$ 2 milhões para reforma do hospital municipal, há anos absolutamente carente de profundas adequações estruturais e equipamentos.
Segundo um experiente profissional de saúde local, as necessidades do hospital são tão gigantescas que esse valor de convênio “não fará nem cócegas nas reais necessidades da população”. Ou seja, a tal reforma cheira a mera maquiagem eleitoreira. Veja o vídeo:
Papo Reto
- No momento que é divulgada pesquisa apontando que apenas 30% dos jovens na faixa etária de 18 a 24 anos tomou a terceira dose da vacina contra o coronavírus, a UFPA adota a decisão de liberar o uso de máscaras nos limites do campus.
- A medida é extensiva a todas as unidades da instituição. Os campi representam justamente o espaço onde transitam professores idosos – média de 60 anos – e milhares de jovens na faixa etária de 18 a 24 anos de idade.
- De um profissional de Geologia formado pela UFPA: o rio Guamá é um rio jovem em termos de geologia, então, ainda não definiu seu leito.
- Acrescido a isso, o fluxo da correnteza também influencia nas margens do rio, que, quando toma determinada direção, leva tudo que encontrar pela frente.
- Mário Couto (foto) perdeu um apoiador importante na última semana. Morreu Cici Pantoja, fiscal de Receitas da Sefa, empresário atacadista, proprietário do Porto Olinda, à Bernardo Saião, e do Atacadão BR.
- Cici Pantoja era irmão de Deusdeth Pantoja, auditor da Fazenda estadual, ex-deputado federal e da ex-prefeita de Igarapé-Miri Dilza Pantoja.
- Cici Pantoja passou anos cedido para o gabinete de Mário Couto na Assembleia Legislativa no cargo de assessor.
- Das 40 mortes violentas em quatro dias por todo o Pará – dias 18, 19, 20 e 21 deste mês – 20 foram homicídios e 20 decorrentes de “conflito” com a Polícia.
- R$ 150 por mês é o valor que, na periferia de Belém, cada mototaxista tem que pagar para poder ir e vir sem ser incomodado pela bandidagem.