Matheus Cavalcante, do Cidadania, e Silvia Letícia, integrante da Banca das Mulheres do Psol, fazem coro contra a Prefeitura de Belém, por conta do caos na saúde, e governo do Estado, no caso, condenando o plano de segurança nas escolas/Fotos: Divulgação-Redes Sociais.
Denúncia sobre o silêncio ensurdecedor do partido da gestão municipal e da base aliada com relação ao caos na saúde pública na capital não caiu bem para o vereador Fernando Carneiro. Na mesma batida, professora Silvia Letícia atacou plano de segurança nas escolas públicas.
Em uma das sessões mais frenéticas desta semana na Câmara de Belém, o vereador Matheus Cavalcante, do Cidadania, rasgou o verbo contra a bancada do Psol e, sem exagero, parece ter tirado o vereador Fernando Carneiro do sério. Se é verdade que por um pagam todos, Fernando Carneiro foi o alvo direto do parlamentar do Cidadania porque, em discussão anterior, pediu provas das acusações de Matheus Cavalcante – e as teve, de sobra.
O debate explodiu nas redes sociais, onde Matheus Cavalcante recebeu mais de 400 manifestações de apoio imediatas. A questão envolveu a crise na saúde, para a qual o Psol, tanto quanto a base aliada, sob a liderança do vereador Alan Pombo, do PDT, tem feito ouvidos de mercador e sequer se manifesta. A crise na saúde, além de atingir diretamente a população, que segue desassistida desde o ano passado, faz vítimas na fonte – médicos, enfermeiros e trabalhadores diversos.
Não convém criticar
Para o vereador Matheus Cavalcante, “parlamentares de esquerda não gostam de ser cobrados pelos compromissos de campanha e tomam investida. Se queriam provas, estão aí. Não fui eu que deixei de lado pautas de campanha para, depois de eleito, ignorar as bandeiras e deixar a saúde um caos, trabalhadores sem receber e a população de lado. O nome disso é estelionato eleitoral”.
Hipocrisia da esquerda
Em suas redes sociais, o parlamentar comenta o que considera “hipocrisia da esquerda”, para a qual “não podemos nos calar e deixar que só o que eles falam seja a verdade absoluta”.
Silvia Letícia faz
coro indireto, e ataca
insegurança nas escolas
Por ironia, Matheus Cavalcante já não está sozinho no embate contra a gestão Ed 50. A professora Silvia Letícia, que saiu da coordenação do Sintepp Belém para assumir vaga na Câmara, age conforme a coluna previu – fazer o prefeito Edmilson Rodrigues e seus aliados comerem o pão que o diabo amassou. Depois de Matheus Cavalcante, Silvia Letícia, em nome da Bancada das Mulheres do Psol, foi ao ataque.
“Não precisamos de Polícia dentro da escola, precisamos de valorização do nosso trabalho”, disse, reportando-se ao projeto do governo do Estado de colocar policiais armados desde as 7 horas dentro das escolas para conter a violência que vem vitimando a comunidade. Para ela, a providência só vai aumentar os conflitos.
Investimento errado
Segundo a parlamentar, em vez de gastar R$ 55 milhões na contratação de 1,2 mil policiais e R$ 23 milhões na contratação de psicólogos e assistentes sociais, melhor seria investir R$ 55 milhões na contratação de 1,2 mil psicólogos e assistentes sociais e R$ 23 milhões na contratação de policiais, “o que já nos ajudaria bastante a entender e a dialogar sobre as questões psicossociais de nossos alunos”.
“Precisamos de escolas com professores, com alimentação adequada, com bibliotecas funcionando, com laboratório e os nossos projetos sendo viabilizados”, arrematou a professora, para quem o número de professores, funcionários de apoio e de alunos afastados da escola por adoecimento da saúde mental é enorme. Nada que o policiamento no entorno das escolas, iluminação, políticas de esporte e de lazer nos bairros não possa resolver.
O Psol, que acalado estava, calado ficou.
Papo Reto
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- A dependência da BR-316, onde a construção do BRT Metropolitano segue dando as cartas, afeta quem entra e quem sai, dia sim, outro também.
- No caso de Marituba, que também faz parte da RMB, não entra na conta, embora sofra os mesmos problemas, porque não consegue nem dar cabo do programa de asfaltamento de vias internas. É só festa.
- O apresentador Joaquim Campos foi demitido da RBA TV. O que se diz é que a medida teria sido provocada pela quantidade de ações judiciais contra a empresa, provocados pelo entusiasmo jornalístico do apresentador.
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- Mais de 100 pessoas faleceram por conta da doença na última semana.
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- A falta de pagamento foi constatada nesta semana pelo sindicato dos trabalhadores em visita às obras, muitos deles sem carteira profissional assinada.