Como a população não foi beneficiada, ministro Silvio Almeida vai mandar apurar ações do governo anterior. Reunião da última terça teve a participação do ex-bispo do Marajó, Dom Evaristo Spengler, ligado à CNBBI e transferido para a Diocese de Roraima. Antes disso, não se sabe de manifestações do bispo para ‘evitar o mal maior’ agora denunciado.
Representantes da Câmara dos Deputados e da sociedade civil entregaram ao ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, relatório que expõe suposto uso indevido do Estado na condução do programa Abrace o Marajó. Promovido pela gestão anterior, a estratégia teria sido usada para beneficiar interesses estrangeiros, sem participação social e sem beneficiar cidadãos da Ilha do Marajó, alvo central o programa. O encontro aconteceu na última terça-feira.
Um dos responsáveis pelo documento, o deputado federal João Daniel, do PT, presidente da Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia, informou que recebeu denúncias sobre o programa Abrace o Marajó desde o ano passado.
“Não houve participação da sociedade para a construção do programa. Não houve debate. Na verdade, havia o interesse de levar grandes empreendimentos capitalistas que usassem as riquezas naturais da região sem beneficiar nenhum habitante local”, afirmou o parlamentar.
Bispo reforça pedido
Presente no encontro, o ex-bispo da Prelazia do Marajó, Dom Evaristo Spengler, reiterou a ausência de articulação entre os poderes estaduais, municipais e popular. “No relatório, está claro que a iniciativa não atendeu às necessidades daquele povo. Por isso, pedimos auditoria do programa”, destacou.
Uso indevido do Estado
O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania seguirá na apuração do relatório e promoverá uma auditoria com objetivo de detalhar o uso indevido do Estado pela gestão anterior. A Secretaria-Executiva do ministério será responsável por esta missão.