Definições mais claras dos presidenciáveis ficam para março e abril, o que pode favorecer o crescimento de um movimento em torno da terceira via através do PSD, do ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab.

Brasília e São Paulo – Nesta semana, uma solução para a inflação dos combustíveis segue como prioridade do sistema político, mas também começa um novo timing para as eleições de 2022, atrasando o relógio para definições mais claras dos presidenciáveis para março e abril, o que pode favorecer o crescimento de um movimento em torno da terceira via por meio do PSD, do ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab.

Nestes meses, além de se encerrar a janela para a troca de partidos, acontecerá a oficialização das federações partidárias e será hora de governadores renunciarem, se quiserem concorrer a outros cargos na eleição que não sejam os mesmos que já ocupam.

O começo do novo contexto será marcado pela reunião, hoje, entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente do PSD, Gilberto Kassab para discutir uma aliança eleitoral, conforme antecipou o Scoop by Mover semana passada.

Kassab tem reiterado que não há espaço no PSD para o ex-governador paulista Geraldo Alckmin ser vice de Lula, dizendo, por outro lado, que não apoiará a reeleição do presidente Jair Bolsonaro.

Eduardo Leite – Assim, a novidade eleitoral pode ser o apoio de Kassab ao governador gaúcho, Eduardo Leite, que discute voltar a ser pré-candidato na terceira via nas eleições de 2022, desde que isso envolva outros partidos, como o União Brasil. Em entrevista recente à CNN Brasil, Kassab elogiou Leite, que confirmou à emissora o convite para ser o presidenciável do PSD, caso o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, desista da disputa.

Segundo Kassab, isso pode ser decidido entre o fim de março e o início de abril, época em que Lula também pretende anunciar sua chapa. Leite é apoiado por um movimento de grandes investidores e empresários que apostam na viabilidade de uma terceira via liderada por ele, em composição com o ex-governador do Espírito Santo Paulo Hartung.

Se o movimento em torno de Leite crescer e ele avançar nas pesquisas, é possível que se viabilize. Sobretudo, se mostrar competitividade às alas do PSD que não desejam aliança com Lula. A baixa rejeição do governador no eleitorado é um fator que analistas destacam como exemplo de seu potencial.

O fato é que, apesar de análises de cenários de pesquisas e movimentos dos pré-candidatos, o jogo só acaba quando a Justiça Eleitoral anunciar o resultado, em 30 de outubro. Mesmo sem clareza do que Kassab realmente pretende, se Leite adquirir tração, pode tornar sua candidatura um fato consumado.

Todavia, é importante continuar monitorando as reais condições dos presidenciáveis de vencer o pleito, suas perspectivas de governabilidade e seguir focando nas oportunidades e riscos das agendas deles, bem como de seus movimentos ao centro.

Especialistas já preveem, inclusive, que o desemprego caia nos próximos meses, trazendo também impulso à competitividade do presidente Bolsonaro. Na atual composição da raia da terceira via, isto é, sem Leite, o cenário continua sendo de dificuldade. Influente em postos do Ministério da Economia, com um pé no apoio a Lula no segundo turno e o outro em incentivar uma terceira via, Kassab pode estar com a faca e o queijo na mão na antessala da disputa eleitoral, mas terá de combinar com os eleitores nas próximas pesquisas de opinião (Com informações TC Mover).