Agressões verbais, xingamentos e um tremendo mal estar permearam a inauguração de uma ponte na avenida Naziazeno Ferreira, ontem, em Bragança, região nordeste do Pará, obra do governo em parceria com a prefeitura. A turma do deixa disso não foi suficiente para conter a fúria do prefeito Raimundo Nonato de Oliveira, o Raimundão, do PSDB, contra a deputada Nilse Pinheiro, do PDT, tão logo a parlamentar desceu da aeronave oficial, ao lado do governador Helder Barbalho.
A presepada do prefeito deixou o governador visivelmente constrangido. Vídeo que circulou nas redes sociais mostra Helder como se estivesse tentando se livrar de um ataque sorrateiro de uma muriçoca bragantina; em outro momento, à moda dos jogadores de futebol, o governador faz o típico ‘tapa-boca’ para convencer o prefeito a “falar de coisas boas”. Não adiantou. Raimundão surtou.
O pomo da discórdia foi a indicação da professora Eulina Rabelo, inimiga histórica do prefeito, para a direção da 1ª URE e que estaria por trás das manifestações dos estudantes reivindicando melhorias nas escolas municipais. Os deputados Eduardo Costa, Elcione Barbalho e Beto Faro integraram a turma do deixa disso, mas repudiaram veementemente a atitude do prefeito, reincidente em tratamento pouco cortês a mulheres. O PDT emitiu nota oficial de repúdio ao acontecimento, ressaltando que acusará Raimundão de violência política de gênero. O caso já foi registrado na Delegacia da Mulher.
Caso será levado ao MP
De acordo com testemunhas, a deputada Nilse Pinheiro foi surpreendida com palavras de baixo calão do prefeito logo ao chegar à cidade, o que continuou em discurso no palco preparado para a solenidade de inauguração da ponte. Pessoas presentes relataram que a deputada passou mal. Assessores da parlamentar prometeram levar o caso à direção do partido, que se encarregará oferecer denúncia ao Ministério Público com base na legislação.
A Lei Maria da Penha, traz em seu texto diversas formas de violência que podem ser praticadas contra a mulher. Uma delas é a violência psicológica, que também pode ser chamada de “agressão emocional”.