Pará amarga nova derrota e vai para terceiro ano
consecutivo de aumento do desmatamento ilegal

Segunda-feira, 19 de julho de 2021

Caminhando para o terceiro ano consecutivo de aumento nas taxas de desmatamento ilegal, o Pará não consegue frear a dinâmica da devastação das florestas. O desmatamento ilegal avançou, de acordo com o Inpe, 49,9%, na variação 2018-2019, e 17,4% na variação 2019-2020. O total do crescimento entre 2018-2020 foi de 72,5%, o que corresponde a aumento de 2.059 km2 de área desmatada.  Em 2019, segundo o Observatório do Clima, o Pará foi responsável por 18,4% do total de emissões de gases de efeito estufa no Brasil, tendo a categoria Mudança de Uso da Terra e Florestas (desmatamento) representado 85,4% do total, com a emissão de 341.970.859 de gigatoneladas de dióxido de carbono equivalente. O Observatório do Clima ainda não divulgou as emissões de 2020.

Prioridade errada

Isso mostra que a Secretaria de Meio ambiente do Pará, priorizando o eixo Comando e Controle, não consegue reverter o dramático quadro ambiental do Estado, que compromete, com suas elevadas taxas de desmatamento, qualquer iniciativa do Brasil em cumprir as metas do Acordo do Clima.  Para piorar essa situação, o Imazon acaba de anunciar que, em deste ano, o território devastado na Amazônia seguiu a tendência de alta e se consolidou como o terceiro maior registro em dez anos (dados do Sad).

Os 10 mais, mais

De acordo com o Imazon, em junho deste ano o Pará teve quatro municípios no ranking dos dez que mais desmataram a Amazônia: Altamira, São Félix do Xingu, Novo Progresso e Itaituba, que tiveram o total de 174 km2 de área desmatada e representaram 52% de toda a devastação registrada no Estado. O grave problema dessa situação serão os danos caudados por mais um ano de aumento do desmatamento na gestão estadual, sem que qualquer ação mais eficaz ocorra para reduzir os impactos ambientais.

Ordem dada

Partiu do próprio governador Helder Barbalho a ordem para ampliação da pista do Aeroporto de Salinópolis de 1,5 mil para 2 mil metros, que exigiu aditivo de cerca de R$ 2,8 milhões, elevando o valor da obra de R$ 12 milhões para quase R$ 15 milhões.  Decisão absolutamente normal. Ocorre que construir uma rodovia é uma coisa, um aeroporto, outra totalmente diferente. A empresa construtora, de propriedade do prefeito de Tucuruí, não é exatamente especializada nesse tipo de obra, embora de apresente como tal.

E mal executada

A prova é que, ao espichar a pista, a empresa ignorou a necessidade de adequações como largura e ampliação do terminal de passageiros, entre outros detalhes, conforme determinam as autoridades aeronáuticas. O resultado é que a empresa entregou uma pista tipo “boca de sino”, estreita no início e larga na extremidade oposta, ao mesmo tempo em que botou o governador em uma saia justa. Até agora não se tem informações sobre qualquer medida do governo junto à empresa para readequar o projeto.

Divulgação

Destino: sucata

Se Deus mandou bom tempo, começou ontem, efetivamente, o lento processo de reflutuação e transporte do navio Haidar, do berço de atracação 202 do Porto de Vila do Conde para a margem do rio, tarefa que deve levar ade 20 a 30 dias, senão mais. A destinação final do navio, que afundou com carga viva de 5 mil cabeças de gado, deve ser o desmonte para venda como sucata. Suspeita-se que a inspeção naval para descobrir os motivos do naufrágio esteja comprometida pelo tempo em que a embarcação passou presa à lama do rio. A boa notícia é que o berço 202 deve voltar a operar em 30 dias, no máximo.  Veja o vídeo ao aldo, sobre a primeira fase do processo de reflutuação do “Haidar”, em Barcarena, o descolamento da lama no do fundo do rio Pará.

Cara de abandono

Considerado uma das melhores opções de lazer e atividades esportivas na cidade de Belém, o Parque do Utinga tem sofrido com a falta de cuidado dos seus frequentadores. Leitor da coluna esteve recentemente caminhando por lá e viu muitas garrafas plásticas e cascas de coco com seus canudinhos de plástico jogados ao longo das trilhas. A mesma cena se repete no Bosque Rodrigues Alves, onde cara de abandono é pouco.

Todo cuidado

Quem entra ou sai de Belém pela BR-316, única via de entrada e saída da cidade, tem que conviver com as dificuldades de uma pista praticamente sem sinalização – quando não, sinalização superposta – e agora também com a total escuridão causada pela iluminação precária. Da barreira do Detran, na divisa entre os municípios de Ananindeua e Marituba, até o viaduto do Coqueiro, o motorista precisa triplicar a atenção, especialmente à noite.

Fechado em copas

Gastaram tanto verbo falando horrores do BRT da Prefeitura de Belém que faltam palavras até para lembrar a quantas, oficialmente, andam as obras do BRT Metropolitano. Até os japoneses, que financiam a obra, espicham os olhos para tentar adivinhar a data de inauguração do grandioso projeto e não conseguem. O Núcleo de Gerenciamento Metropolitano, que conduz a empreitada, não dá um pio sobre o assunto.

Pirão primeiro

O Estado é laico, diz a Constituição, mas o presidente Bolsonaro indicou para o STF o advogado André Mendonça,  homem “terrivelmente evangélico”, como ele diz,  e quer que ele promova orações semanais, sempre que estiver à frente dos trabalhos na instituição. André é o segundo membro da corte indicado por Bolsonaro que, assim, aumenta seu poder de fogo junto aos demais ministros. Isso, se André for aprovado pelo Senado, o que parece bem possível.

  • Perguntar não ofende – ou não deveria ofender: em que pé estão as investigações do MP, determinadas pela Corregedoria-Geral, para apurar o caso dos respiradores no escondidinho do Hospital Abelardo Santos?

A Capitania dos Portos fez convênio com o Detran e agora os pilotos de lancha são abordados para exames de bafômetro dentro da água. Todo cuidado é pouco

  • Enquanto o prefeito de Belém vive fazendo lives para debater os problemas de Cuba, até os mortos reclamam do abandono do Cemitério do Tapanã.
Divulgação
  • A diretoria-executiva da Embrapa informa que o pesquisador Walkymário de Paulo Lemos (foto) foi selecionado para o cargo de chefe-geral da Embrapa Amazônia Oriental.
  • Ele participou do processo de recrutamento e seleção para o cargo. O novo chefe assume a condução do centro de pesquisa em Belém no próximo dia 1.
  • Empoçamento costumeiro na esquina da Serzedelo com Conselheiro Furtado, em frente a uma casa de carnes não merece a menor atenção da Prefeitura de Belém.
  • O Sicoob está apto a operar a nova rodada do Pronampe. Desta vez, o limite para a oferta de crédito é de R$ 1,6 bilhão. A linha já está disponível desde a última sexta-feira.
  • Uma nova conquista da Mineração Rio do Norte demonstra o compromisso da empresa em manter a operação de bauxita no distrito de Porto Trombetas, em Oriximiná (PA), no melhor nível de sustentabilidade. O órgão certificador B
  • O Bureau Veritas Certification recomendou a manutenção da certificação do Sistema Integrado de Gestão da Mineração Rio do Norte, que opera em Oriximiná, oeste do Pará.
  • A Lei de Privacidade de Dados será tema de jornada ministrada pelo consultor Dênis Farias, também agosto. A ideia é informar sobre o impacto da nova lei e auxiliar na sua adequação nas organizações empresariais.
  • A pipa do Remo pegou vento na Série B – e tomara siga assim. A do Paysandu, na Série C, pega vento contrário, o que acaba virando um “eutrópico” problema, seja lá o que isso significa.