O secretário Rossieli Soares e seu adjunto, Patrick Trajan, sobre quem recaem denúncias de assédio moral e do controle do grupo de ‘estrangeiros’ vindos de São Paulo para ocupar cargos estratégicos na Secretaria/Fotos: Divulgação.
Denúncias apontam que empresa contratada para executar o transporte escolar na região insular de Belém é de natureza funerária e tem sede em Maracanã, nordeste do Estado.
Quem pensar que já viu de tudo na Secretaria de Educação do Pará pode estar redondamente enganado. A gestão do ex-ministro de Temer, ex-secretário da pasta em São Paulo e no Amazonas Rossieli Soares está sendo tanto ou mais bombardeada de acusações do que aquela que passou, com direito a uma enxurrada de denúncias ao Ministério Público. Uma delas envolve os ‘estrangeiros’ trazidos pelo secretário e hoje ocupando áreas consideradas estratégicas da Secretaria, representando custos de cerca de R$ 1 milhão ao Estado.
O homem forte de Rossieli Soares atende pelo nome de Patrick Trajan, um dos adjuntos da gestão, espécie de capataz responsável pelo que os servidores da Secretaria denominam ‘Nova Torre’, seja lá o que isso significa. A Trajan teria sido dada a missão de ‘fortalecer’ o transporte escolar, selecionar empresas e corrigir rumos no setor, no que tem se havido muito bem, segundo denúncias de servidores corroboradas pelo Sintepp, a quem cabe acionar o Ministério Público.
“Estamos acuados diante de um processo predatório implantado na Secretaria”, diz fonte da coluna. “Há uma invasão de contratados no Estado de São Paulo pendurados na Nova Torre, sob a batuta de Patrick Trajan, com prática de assédio e manipulação de preços dos serviços de transporte escolar”.
Empresa funerária
Segundo as denúncias, a empresa Cnit Transporte Ltda., com sede no Km 15 da PA-127, na cidade de Maracanã, nordeste do Pará, assumiu o controle do transporte na chamada região insular de Belém. A Cnit é uma prestadora de serviços de natureza funerária e estaria sublocando o serviço de transporte escolar na rede com o uso de uma cooperativa. A empresa teria ligações com um ex-secretário da pasta.
Contrato elevado
As denúncias apontam um salto no valor contratual do transporte escolar de R$ 5,8 milhões para R$ 8,7 milhões, reajuste da quase R$ 3 milhões em pouco mais de dois meses, desde que a nova gestão assumiu a Secretaria, mas não param neste item e fazem parte de um dossiê encaminhado ao MP para as devidas investigações.
Silêncio profundo
A coluna encaminhou perguntas à direção da Secretaria envolvendo as denúncias sobre a suposta prática de assédio moral, direcionamento de certames para contratação, suspensão e atraso no pagamento de serviço de transporte escolar, mas não obteve resposta.